Ouro supera 2.000 dólares e preço do cobre bate recorde
O preço do ouro tocou um máximo de agosto de 2020, ao superar a fasquia dos 2.000 dólares. Baixas reservas atiram preço do cobre para recorde.
Os investidores estão a fugir das ações e a refugiarem-se no ouro, no contexto da invasão russa à Ucrânia. O preço do metal precioso ultrapassou mesmo a fasquia dos 2.000 dólares a onça, tendo transacionado num máximo de 19 de agosto de 2020, em plena pandemia.
Pelas 9h30 em Lisboa, o preço spot do ouro face ao dólar subia 1,37%, para 1.997,68 dólares a onça, depois de ter atingido os 2.000,96 dólares na sessão atual. À mesma hora, os futuros do ouro para entrega em abril avançavam 1,76%, para 2.001,2 dólares, depois de terem tocado os 2.005 dólares.
O recorde atual da onça de ouro está fixado nos 2.073,41 dólares, preço a que transacionou no mercado em 7 de agosto de 2020.
O ouro tem vindo a subir desde o mês passado, mas o metal precioso ganhou um impulso adicional com o eclodir da guerra na Europa. Os máximos desta segunda-feira dão-se num dia em que os mercados financeiros estão a levar mais um abanão. A banca europeia está sob forte pressão na bolsa, com o BCP a afundar 8%, sucumbindo à escalada da violência na Ucrânia.
Em sentido inverso, o gás natural disparou 51% esta segunda-feira, para um novo recorde de 320 euros por MWh (megawatt-hora), enquanto o barril de petróleo já transacionou a 139 dólares, face à expectativa de que a Casa Branca esteja a planar proibir as importações de petróleo russo para sancionar o Kremlin.
Shyam Devani, fundador da SAV Markets em Singapura, disse à Bloomberg (acesso pago) que a subida do metal precioso é explicada pelo “aumento significativo [dos custos] da energia e dos preços dos alimentos”, uma tendência que “deverá continuar a suportar o ouro durante algum tempo”.
Soma-se a isso a expectativa de que a Fed norte-americana suba as taxas de juro na próxima semana, na tentativa de controlar a inflação elevada. Neste contexto, Shyam Devani espera que o preço do ouro atinja mesmo os 2.142 dólares, o que seria um novo máximo histórico, disse o investidor à agência financeira.
Desde o princípio do ano que os ativos de risco estão em queda acentuada, depois dos recordes de 2021 e do fim do ciclo económico de juros baixos ou negativos. Sendo um dos ativos de refúgio preferidos dos investidores, apesar de uma queda de 1,75% em janeiro (em linha com a generalidade do mercado), o ouro disparou 6,2% no conjunto das sessões de fevereiro. No acumulado de março, até ao momento, a subida do ouro é de cerca de 4,66%.
Em simultâneo, o preço spot da prata avança mais de 1%, para 25,98 dólares a onça, um máximo de janeiro deste ano. Já os futuros do cobre para entrega em maio voltam a bater um recorde esta segunda-feira, com o preço da libra de cobre a subir quase 1%, para um máximo histórico de 5,039 dólares, uma subida explicada com a escassez deste material e baixas rservas.
A generalidade das matérias-primas está a negociar em forte alta. O níquel dispara quase 30%, enquanto o paládio soma 12,4%.
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