Produtores já admitem racionamento de alimentos

  • ECO
  • 11 Março 2022

Invasão russa está a ter impacto no stock dos alimentos, que leva a disparos nos preços. Produtores admitem racionamento de certos produtos.

As consequências da invasão russa já se fazem sentir em Portugal, nomeadamente em termos alimentares, porque Rússia e Ucrânia são dois dos maiores fornecedores mundiais de cereais. Os produtores nacionais já admitem mesmo o racionamento de alimentos, com disparos de 20% a 30% nos preços nos próximos dias. “Estamos numa situação de emergência alimentar como não me lembro de se ter vivido”, afirma Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, ao Expresso (acesso pago).

“Além de um aumento de preços, haverá carência de produtos, o que leva à especulação, que, por sua vez, leva a um novo aumento. É impossível saber até onde vai chegar a escalada”, diz o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que adianta que há agricultores que vão desistir de produzir várias culturas sazonais, como milho, hortícolas e algumas frutas para não terem prejuízo. “O stock de alguns produtos, como a farinha para massas, é tão reduzido que daqui a um ou dois meses podemos ter de fazer racionamentos como aconteceu nos anos 70“, diz.

Ao Expresso, o vice-presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, Gonçalo Lobo Xavier, diz que, por enquanto, ainda não se registam ruturas de produção, “mas há uma pressão de preços absolutamente inédita”. O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, Pedro Pimentel, admite: “Podemos ter no retalho um cenário idêntico às filas nas gasolineiras, com as pessoas a comprarem antecipadamente produtos não perecíveis”. Já a presidente do Banco Alimentar contra a Fome, alerta que “as carências alimentares vão atingir um nível como há muitos anos não se via”.

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