Petróleo dispara 10% com receios de falhas no mercado devido às sanções à Rússia
O Brent volta a subir esta quinta-feira, superando os 100 dólares o barril, depois de uma porta-voz da Casa Branca ter afirmado que não há evidências de desagravamento da violência russa na Ucrânia.
Depois de protagonizarem uma descida acentuada na quarta-feira, os preços do petróleo voltam a subir e muito. Os futuros do Brent e do crude estão a disparar 10% e negoceiam acima dos 100 dólares o barril, com receios de falhas no mercado petrolífero nas próximas semanas devido às sanções aplicadas à Rússia.
Ao final da tarde desta quinta-feira, o petróleo do Mar do Norte, referência para as importações nacionais, valorizava 0,67%, para 107,48 dólares. De Londres para Nova Iorque, o barril de light sweet do Texas (WTI) negociava-se a 104,08 dólares, uma subida intradiária de 9,51%.
A guerra na Ucrânia aumentou a volatilidade no mercado do petróleo. Nas últimas oito sessões, o Brent chegou a negociar entre um máximo de 139 dólares e um mínimo de 98 dólares – é uma diferença de 40 dólares que reflete a incerteza que reina entre os investidores.
Petróleo acelera
Vários países proibiram compras de petróleo russo para castigar Moscovo por causa da invasão da Ucrânia. A Rússia é o maior exportador de petróleo e produtos petrolíferos.
“Há preocupações renovadas no mercado de que podemos perder mais algum petróleo russo” disse John Kilduff, da Again Capital, citado pela Reuters.
A Agência Internacional de Energia (AIE) adiantou que três milhões de barris por dia de petróleo e produtos russos poderiam “desaparecer” dos mercados a partir do próximo mês. A redução da oferta seria muito maior do que a quebra esperada na procura, na ordem do milhão de barris por dia, devido ao aumento dos preços dos combustíveis, adiantou a agência.
Por outro lado, este cenário subida dá-se no rescaldo da queda acentuada registada esta quarta-feira, após notícia a dar conta da existência de um esboço de acordo entre a Rússia e a Ucrânia, que fez o crude deslizar para preços abaixo dos 100 dólares o barril, face às expectativas com o possível fim da guerra.
Mas esse otimismo não teve sustento, principalmente depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter acusado o homólogo russo, Vladimir Putin, de ser um “criminoso de guerra”. Uma porta-voz da Casa Branca afirmou também que não existem sinais de um desagravamento da violência por parte das forças russas na Ucrânia.
Os preços do petróleo têm sido acompanhados de perto nas últimas semanas, sobretudo por causa da influência que têm sobre os preços dos combustíveis, como a gasolina e o gasóleo.
Nas últimas duas semanas, os portugueses sofreram aumentos significativos das despesas com abastecimento dos automóveis. Um problema que veio castigar ainda mais as famílias, já a braços com os desafios provocados pela elevada taxa de inflação.
(Notícia atualizada às 19h27 com novas cotações)
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