“Não vale a pena achar que as taxas de juro não vão subir”, diz presidente da CGD
“Face a este aumento" ainda existe "o endividamento significativo das empresas portuguesas”, alertou ainda Paulo Macedo.
O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, avisou esta segunda-feira para a subida inevitável dos juros, devido ao crescimento da inflação, referindo que “não vale a pena achar que as taxas de juro não vão subir”.
Numa intervenção no evento ‘Encontros fora da Caixa’, que decorreu no Porto, o presidente do banco público recordou que “o que se discute é um aumento de 25 pontos até ao final do ano”, ou seja, a “Euribor chegaria a um valor zero ou ligeiramente positivo” no fim de 2022.
“Não vale a pena achar que as taxas de juro com esta inflação não vão subir”, disse, alertando para que “vale a pena preparar” este crescimento, ainda que este ano e no próximo o que se pode prever é que continuem “valores baixos”. “Temos esta nova realidade”, assegurou, apontando que ainda não é visível esta tendência, sobretudo nas taxas a curto prazo.
“Face a este aumento” ainda existe “o endividamento significativo das empresas portuguesas”, alertou, mas ressalvou que as sociedades portuguesas têm vindo num caminho de desendividamento e que “estão pela primeira vez ao nível da Europa”.
Ainda que reconheça que o aumento das taxas de juro pode afetar a atividade económica, “isso não tem qualquer comparação com [os efeitos] dos custos da energia”, considerou.
O presidente executivo da CGD garantiu que a banca está agora “mais fortalecida” do que em anteriores crises, apelando ao aumento de execução de programas como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“A banca tem ainda de fazer muito para melhorar a sua imagem, mas claramente as pessoas acham que merece confiança”, destacou, apontando o aumento dos depósitos nos últimos anos como prova desta confiança.
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