Wall Street cai pela terceira sessão com investidores a digerir Fed

Os três principais índices norte-americanos arrancaram a sessão desta quinta-feira em terreno negativo, desvalorizando pela terceira sessão consecutiva.

Após duas sessões de fortes perdas, Wall Street mantém-se em terreno negativo no arranque de mais uma sessão. Esta quinta-feira, nos primeiros minutos de negociações, os três principais índices norte-americanos registam quedas, com os investidores a digerir os sinais dados pela Fed quanto ao futuro da política monetária. Os bons dados do mercado de trabalho divulgados contribuem para a ideia de que o aperto monetário veio para ficar.

O Dow Jones desvaloriza 0,41%, para 34.356,04 pontos; o Nasdaq cede 0,22%, para 13.920,75 pontos; e o S&P 500 desliza 0,06%, para 4.478,43 pontos.

Esta quinta-feira, os investidores ficaram a conhecer os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, com mais uma melhoria. Na semana passada, os novos pedidos de subsídio de desemprego caíram para o nível mais baixo em mais de 53 anos, de acordo com os números do Departamento do Trabalho norte-americano.

Os novos pedidos de desemprego baixaram para 166 mil, abaixo dos 200 mil previstos pela Dow Jones e 5.000 abaixo do valor da semana anterior, a qual foi revista em baixa significativamente. Este é o valor mais baixo desde novembro de 1968, o que reflete a força do mercado de trabalho numa altura em que há falta de trabalhadores em certos setores.

Segundo a CNBC, há mais cinco milhões de ofertas de emprego do que trabalhadores disponíveis, uma situação que está a pressionar os salários em alta e a contribuir para a aceleração da inflação nos EUA. Esse tem sido, aliás, o motor dos mercados financeiros nos últimos meses, a par dos impactos da invasão russa na Ucrânia, uma vez que a inflação têm registado valores historicamente elevados.

Essa evolução dos preços está a colocar dificuldades à condução da política monetária nas economias ocidentais, com o perigo de estagflação — um período de baixo crescimento e de elevada inflação — à porta. A Reserva Federal norte-americana deu esta semana mais um sinal de que poderá acelerar a normalização da política monetária, começando a reduzir os ativos (dívida pública principalmente) que comprou durante a última década, alem de subir os juros diretores.

Esta quarta-feira as minutas da reunião de março da Fed mostravam que a maioria dos governadores concorda com a redução do balanço para lutar contra a aceleração da inflação, tendo aumentado a preocupação com a generalização do aumento dos preços a toda a economia norte-americana. Estima-se que a posição “neutral” dos juros se situe em cerca de 2,4% (atualmente está nos 0,2%).

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