TAP teve prejuízos de 121,6 milhões de euros no primeiro trimestre

CEO nota que entre janeiro e março se assistiu a uma "clara recuperação da procura" e que, para o verão, está "cautelosamente otimista" em termos de reservas.

A TAP encerrou o primeiro trimestre com um prejuízo de 121,6 milhões de euros, uma melhoria de 66,7% face ao período homólogo, refere a empresa num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM). A CEO da companhia aérea nota que entre janeiro e março se assistiu a uma “clara recuperação da procura” e que, para o verão, a empresa está “cautelosamente otimista” em termos de reservas.

Nos primeiros três meses do ano, “os principais indicadores operacionais ficaram moderadamente abaixo dos níveis do trimestre anterior, o que é explicado pela sazonalidade da indústria da aviação”, diz a TAP, referindo que o primeiro trimestre é, “tipicamente, o trimestre mais fraco”. Apesar disso, a atividade da empresa “apresentou melhorias significativas” face há um ano.

O resultado líquido foi de -121,6 milhões de euros, registando uma “melhoria material” quando comparado com o primeiro trimestre de 2021. O EBITDA foi de 58,1 milhões de euros, cerca de 55 milhões de euros a mais do que no período homólogo. O resultado operacional registou um valor negativo de 62 milhões de euros, “reduzindo a perda operacional em 72,8%” quando comparado com o primeiro trimestre de 2021.

A empresa afirma que “está a retomar os níveis operacionais pré-pandémicos de 2019 de forma consistente e progressiva”. “Os progressos significativos na execução do nosso plano de reestruturação permitiram-nos gerar um EBITDA positivo, que se mostrou superior ao nível pré-crise pandémica no primeiro trimestre de 2019. Esta é uma conquista relevante, mas ainda frágil“, diz Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP, citada em comunicado.

Os custos não recorrentes, relacionados com a reorganização do Grupo TAP, tiveram um impacto de 15,5 milhões de euros nos resultados.

Christine Ourmières-Widener nota ainda que a TAP está “ciente do longo caminho, repleto de desafios” que tem pela frente e que “o esperado aumento da capacidade no verão trará, provavelmente, desafios operacionais para toda a indústria”, bem como o aumento dos preços dos combustíveis. “O que significa que não podemos descansar e que devemos manter-nos focados em melhorar a nossa estrutura de custos de forma sustentável”, remata.

Receitas caem 13% para os 490,6 milhões de euros

O número de passageiros transportados pela TAP no primeiro trimestre “aumentou mais de cinco vezes” em comparação com o mesmo período de 2021. Foram 2,1 milhões de pessoas que viajaram com a companhia aérea nacional, o equivalente a 62% dos números do primeiro trimestre de 2019.

Durante este período, a TAP operou 20.530 voos, “três vezes mais voos” do que no primeiro trimestre de 2021, “o equivalente a 68% das partidas do primeiro trimestre de 2019”. As receitas caíram 12,7% para os 490,6 milhões de euros. Apesar desta queda, “as receitas operacionais foram três vezes superiores às do mesmo período de 2021, aumentando em 340,7 milhões de euros”, diz a TAP, em comunicado.

Tanto o “segmento de carga como o de manutenção continuam a contribuir de forma significativa para a recuperação das receitas“, aumentando em 45,3% e 37,5%, respetivamente, quando comparado com o primeiro trimestre de 2021. O segmento de carga, em particular, registou o seu segundo melhor trimestre em termos de desempenho, com receitas no valor de 64,6 milhões de euros (+108,3% acima do primeiro trimestre de 2019).

Os custos operacionais recorrentes ascenderam a 537,1 milhões de euros, uma descida de 9,4% face ao trimestre anterior. O aumento de 42,2% em relação ao primeiro trimestre de 2021 “reflete o aumento dos níveis de atividade”.

(Notícia atualizada às 18h23 com mais informação)

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