Dos criptoativos ao degelo: Swiss Re alerta para novos riscos emergentes nos seguros
Tendências nos criptoativos revolucionam panorama financeiro e abrem novos desafios aos seguros. Nova geração de riscos emerge no horizonte climático, com agricultura e alimentação sob pressão.
Além de constituir ameaça para uma enorme quantidade de infraestruturas nos próximos 30 anos, o degelo do pergissolo (ou permafrost, aceção anglo-saxónica que designa as camadas de composto congelado junto à superfície de um quarto de todo o hemisfério norte), vai acelerar a ocorrência e gravidade de eventos climáticos extremos e libertar agentes patogénicos congelados há décadas e considerados transmissores de doenças, alerta a 10ª edição do Sonar, relatório anual de riscos produzido pela Swiss Re.
O documento especifica potencial de longo prazo em três riscos emergentes, para os quais a indústria seguradora pode ajudar a construir resiliência comunitária.
Em primeiro lugar alerta sobre os criptoativos, incluindo criptomoedas que ganham espaço nos mercados mobiliários e desafiam o sistema monetário convencional. As soluções em blockchain possibilitaram criação de plataformas de tokens, por sua vez utilizadas na compra de representações digitais de bens e serviços, como arte e imobiliário. Esta tendência abre desafios ao nível regulatório, fiscal e patrimonial, com implicações nos seguros. E a Swiss Re questiona: s”erá que esses criptoativos estarão devidamente cobertos pelas apólices de bens patrimoniais e de ciberrisco?”
“Uma pandemia global, conflitos geopolíticos, inflação crescente e uma crise climática imparável são apenas alguns dos muitos riscos que a série SONAR examinou ao longo da última década e que acabaram por se materializar. No entanto, a investigação de novos riscos não pode limitar-se a previsões. Trata-se de aumentar a consciência sobre riscos que podem ter impacto na sociedade e de nos prepararmos em conformidade,” afirma Patrick Raaflaub, Chief Risk Officer do grupo Swiss Re.
Enquanto o mundo se confronta ainda com o impacto da pandemia, turbulência económica e volatilidade criada pela guerra na Ucrânia e a credibilidade nas instituições sociais enfraquece, muitas seguradoras expostas a indústrias poluidoras enfrentarão novos desafios em consequência das alterações climáticas, aponta o relatório abordando riscos em torno de 14 tópicos transversais às áreas da economia, tecnologia, ambiente e de âmbito social que implicam a indústria seguradora global.
Depois de, há 42 anos, ter identificado riscos das alterações climáticas, a resseguradora salienta que os efeitos dessas alterações são hoje visíveis na vida de todos e passa ao tópico seguinte. Do degelo nas camadas superiores do permafrost e da necessidade de assegurar alimentação para uma população mundial que continua aumentar, ao mesmo tempo que se tenta reduzir as emissões de carbono na agricultura, emergem novos desafios no horizonte, aponta o Swiss Re SONAR 2022.
À medida que procura reduzir a sua contribuição para o aquecimento global, a atividade agrícola mostra-se particularmente sensível às alterações climáticas. Desta duplicidade e do desafio em torno da segurança alimentar, emerge o terceiro tópico: uma “nova geração de riscos,” classifica a Swiss Re afirmando que os “seguros podem desempenhar papel decisivo,” contribuindo para adoção de práticas mais sustentáveis através da oferta de coberturas e soluções que facilitem uma agricultura regenerativa e amiga do ambiente.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Dos criptoativos ao degelo: Swiss Re alerta para novos riscos emergentes nos seguros
{{ noCommentsLabel }}