Marquês. Sócrates vai voltar a ser interrogado pelo Ministério Público

Em cima da mesa poderá estar uma alteração à medida de coação de Termo de Identidade e Residência, depois das viagens regulares que o ex-PM tem feito ao Brasil.

O ex-primeiro ministro José Sócrates vai ser interrogado pelo Ministério Público (MP) para uma eventual revisão de medidas de coação, tendo em conta as viagens de Sócrates ao Brasil que não foram comunicadas ao tribunal, avança a revista Visão. O arguido da Operação Marquês está, atualmente, apenas sujeito a Termo de Identidade e Residência (TIR).

Sócrates está prestes a ser julgado por falsificação e branqueamento de capitais, crimes extraídos da instrução da Operação Marquês. O objetivo dos magistrados do MP pode passar por pedir a substituição do atual TIR do arguido por uma medida mais gravosa.

José Sócrates acusa a justiça portuguesa de abuso por exigir justificações sobre as viagens que o ex-primeiro-ministro tem feito ao Brasil desde abril do ano passado. E diz que responde às questões da juíza “se forem feitos com bons modos”.

A juíza responsável pelo processo — que entretanto pediu transferência — mandatou o SEF e a Interpol para investigar as viagens do ex-primeiro-ministro ao Brasil. Depois de ter sido recebida a resposta da Interpol que detalhou as viagens de Sócrates ao Brasil no último ano, a resposta da Justiça é a de ouvir novamente o arguido.

Segundo informações recolhidas pela VISÃO, José Sócrates viajou pela primeira vez para o Brasil em agosto de 2021, tendo ficado neste país durante 12 dias. A 5 de fevereiro, o antigo primeiro-ministro voltou a sair de Lisboa com destino a São Paulo, mas a Interpol não tem registo da data de regresso. Ao tribunal foi comunicada uma nova saída, a 4 de abril, e o regresso a 12 de junho.

A magistrada quis saber em que datas Sócrates viajou de Portugal ao Brasil, já que está sujeito a uma medida de coação Termo de Identidade e Residência (TIR) , o que implica uma comunicação das deslocações ao Tribunal, sempre que um arguido se ausente por mais de cinco dias para o estrangeiro.

“A senhora juíza não me pode obrigar nem pode ir perguntar à polícia sobre onde andei e onde deixei de andar. É apenas um abuso”, diz o antigo governante em entrevista exclusiva à SIC. “Perguntam como quem está num estado policial.”

Recorde-se que o ex-primeiro-ministro tem viajado para o Brasil, com estadias superiores a cinco dias, sem avisar o tribunal.

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