NATO compromete-se em atingir neutralidade carbónica até 2050

Secretário-geral reconheceu que a redução das emissões dos gases com efeito de estufa "não vai ser fácil mas pode ser feito".

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) comprometeu-se em reduzir a emissão de gases com efeito estufa (GEE) em 45% até 2030, garantindo atingir a neutralidade carbónica até 2050. O compromisso foi anunciado esta terça-feira pelo secretário-geral Jens Stoltenberg, fazendo deste o primeiro compromisso de redução de emissões assumido pela aliança.

“Todos os aliados estão comprometidos em reduzir as suas emissões de GEE como parte do Acordo de Paris. Não vai ser fácil mas pode ser feito“, garantiu o responsável esta tarde na abertura da cimeira da NATO que decorre até sexta-feira, em Madrid.

Para alcançar a meta, explicou o secretário-geral será necessário adaptar as forças armadas através de uma aposta em tecnologia verde, nomeadamente, “fontes de energias renováveis, combustíveis sintéticos amigos do ambiente e soluções mais eficientes em energia”.

Em Madrid, a Aliança Atlântica deverá aprovar um novo Conceito Estratégico, o documento que orienta as opções da NATO para a próxima década e que, segundo Stoltenberg, vai estabelecer que as alterações climáticas “são um desafio decisivo” e “um multiplicador de crises”.

Stoltenberg alertou também para o risco de cada Estado-membro da NATO optar por um caminho próprio nesta transição para tecnologias verdes e sem emissões poluentes, criando “um mosaico de sistemas incompatíveis”, e considerou que a organização é a plataforma ideal para os países se coordenarem.

No entanto, o compromisso poderá ser difícil de alcançar. Um estudo da Universidade de Boston, de 2019, citado pela Reuters, indicava que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos era o maior consumidor de petróleo do mundo, enquanto dados do Parlamento Europeu revelavam que, em 2019, a pegada de carbono dos militares do bloco era de cerca de 24,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente – aproximadamente o mesmo que as emissões de CO2 de cerca de 14 milhões de carros.

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