Empresas com ligações ao Cartel del Fuego espanhol acusadas de dividir concurso de 43 milhões em Portugal
Empresa que venceu concurso de 43,4 milhões de euros da Força Aérea para quatro aeronaves de combate aos incêndios alugou duas à empresa concorrente que ficou em segundo lugar, segundo o Expresso.
Duas empresas portuguesas, detidas por espanhóis alegadamente envolvidos no caso Cartel del Fuego, participaram, em 2020, num concurso de 43,4 milhões de euros da Força Aérea Portuguesa para aluguer de quatro aviões anfíbios de combate aos incêndios. Contudo, avança o Expresso (acesso pago), a vencedora foi alugar duas das aeronaves à empresa concorrente que ficou em segundo lugar.
De acordo com o semanário, os implicados no Cartel del Fuego espanhol, que conheceu a acusação do Tribunal da Audiencia Nacional de Madrid há um mês, tendo levado 32 suspeitos a julgamento, terão mantido o mesmo tipo de relações em Portugal. O alegado esquema passaria por avançar para os concursos com uma frota de aeronaves parcialmente comum, partilhando depois os ganhos.
O comunicado oficial da Audiencia Nacional (que corresponde ao Tribunal de Instrução Criminal português) já mencionava, a 16 de junho, que “os arranjos não só se desenvolveram em Espanha, mas também noutros países”, como Portugal e Itália. O gabinete do chefe do Estado-Maior admitiu ao jornal ter conhecimento de que o alegado cartel “foi investigado em Portugal”, mas refere que o Ministério Público arquivou a investigação.
Identificado perfil de 700 incendiários
Também esta sexta-feira, o Expresso avança que a base de dados da Polícia Judiciária (PJ) portuguesa reúne, atualmente, “os perfis de 700 incendiários portugueses”. A lista começou a ser feita em 2004 e permite à política perceber que tipo de incendiários existe em Portugal, bem como monitorizar se há reincidências.
Nos últimos anos, revela fonte oficial da PJ, surgiram dois novos perfis bem diferentes do clássico incendiário “iletrado, alcoólico e desestruturado”. Um deles é o criminoso “urbano”, motivado pela vingança e “por questões fúteis”, muitas vezes por desentendimentos iniciados nas redes sociais. O segundo perfil é o do incendiário já com algum estatuto profissional, diferenciado e bem inserido socialmente.
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