Défice externo sobe para 3.542 milhões de euros até maio

Em maio, o défice da balança corrente e de capital foi de 1.755 milhões de euros, acima dos 1.067 milhões de euros registados em maio do ano passado.

O saldo conjunto das balanças corrente e de capital foi negativo em 3.542 milhões de euros entre janeiro e maio, o que compara com um défice de 714 milhões de euros no mesmo período de 2021, mostram os dados publicados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP). Em maio de 2022, o défice da balança corrente e de capital foi de 1.755 milhões de euros, acima dos 1.067 milhões de euros registados em maio do ano passado.

“Este crescimento do défice da balança corrente e de capital deveu-se, sobretudo, ao aumento dos défices das balanças de bens e de rendimento primário. A redução dos excedentes das balanças de rendimento secundário e de capital também contribuíram para o acréscimo do défice externo. Estas evoluções foram parcialmente compensadas pelo crescimento do excedente da balança de serviços”, afirma o BdP.

O aumento do défice da balança de bens, para 2.107 milhões de euros, “reflete um crescimento das importações superior ao das exportações” em relação a maio de 2021 — 41,7% e 33,8%, respetivamente.

As exportações e as importações de serviços aumentaram, respetivamente, 102% e 63,3% relativamente a maio de 2021. Para esta evolução contribuíram, em particular, as rubricas de viagens e turismo, de transporte aéreo e de serviços de telecomunicações, informáticos e de informação.

As exportações e as importações de viagens e turismo cresceram, respetivamente, 223,1% e 86%, permitindo que o excedente desta rubrica aumentasse 978 milhões de euros para 1.247 milhões de euros.

O défice da balança de rendimento primário subiu 880 milhões de euros relativamente a maio de 2021, refletindo um aumento do pagamento de rendimentos de investimento, nomeadamente sob a forma de dividendos, por parte de entidades portuguesas a investidores não residentes. Esta subida traduz uma recuperação do pagamento de dividendos face aos dois anos anteriores, muito afetados pela pandemia.

O excedente da balança de rendimento secundário reduziu-se 189 milhões de euros, sobretudo devido à diminuição de fundos europeus atribuídos aos beneficiários finais. O excedente da balança de capital decresceu 157 milhões de euros, impulsionado, sobretudo, pelo aumento das aquisições de licenças de carbono.

Até maio, o saldo da balança financeira foi de -2.982 milhões de euros devido ao aumento de 4.045 milhões de euros dos ativos financeiros que Portugal detém sobre o exterior, inferior ao aumento de 7.027 milhões de euros dos passivos de Portugal perante o exterior. Isto deveu-se a vários fatores, tais como o aumento de passivos devido ao investimento de não residentes em dívida pública portuguesa e dívida de sociedades não financeiras e ao investimento imobiliário em Portugal por parte de não residentes.

Mas também devido à redução dos passivos do BdP junto do Eurosistema e ao acréscimo dos ativos face ao exterior deveu-se, sobretudo, ao investimento dos bancos e das sociedades de seguros e fundos de pensões em títulos de dívida emitidos por não residentes.

Ainda em maio, o saldo da balança financeira foi de -1.488 milhões de euros, em resultado de um aumento de ativos de 480 milhões de euros, inferior ao dos passivos, de 1.967 milhões de euros. Em relação aos passivos destacam-se o investimento líquido de não residentes em dívida pública portuguesa e o investimento imobiliário em Portugal por parte de não residentes. Nos ativos assinala-se o investimento das sociedades não financeiras em títulos de participação no capital no âmbito de operações de investimento direto de Portugal no exterior.

(Notícia atualizada às 12h17 com mais informação)

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