Suíça admite cortar eletricidade por várias horas durante o inverno

  • Lusa
  • 20 Julho 2022

O plano de contingência suíço prevê três fases, com a última a obrigar cerca de 30 mil empresas a poupar até 30 por cento do seu consumo de eletricidade.

A Suíça poderá cortar a eletricidade até quatro horas por dia no inverno devido à crise energética causada pela guerra na Ucrânia e a possível interrupção do fornecimento de gás russo, admitiram esta quarta-feira o Governo e companhias elétricas.

A medida seria a mais drástica e a última a aplicar no plano de contingência apresentado pelo diretor da associação das companhias de eletricidade suíças VSE, Michael Frank, numa conferência de imprensa conjunta com funcionários do Departamento Federal da Energia suíço, em que se debateu a crise de abastecimento que assola a Europa.

Numa primeira fase, serão apenas promovidas medidas de poupança voluntárias através de uma campanha de sensibilização a iniciar em agosto, mas se a situação piorar, o plano avançará com a redução do consumo elétrico menos essencial, como a iluminação de lojas ou espaços públicos à noite.

Numa terceira fase, cerca de 30 mil empresas serão obrigadas a poupar até 30 por cento do seu consumo de eletricidade e só em último recurso serão aplicados os cortes de energia. “O risco de uma escassez energética é real”, afirmou o representante das empresas de eletricidade do país em declarações publicadas pela agência noticiosa suíça ATS.

Na mesma conferência, o diretor do Departamento Federal da Energia suíço, Benoît Revaz, reconheceu “um nível de incerteza sem precedentes na Europaem relação ao fornecimento de energia, com preços fortemente afetados pela guerra. Revaz acrescentou que a Suíça está neste momento a negociar acordos de fornecimento de gás com as vizinhas Alemanha e Itália, enquanto trabalha com operadores energéticos para assegurar reservas para resistir ao inverno.

Cerca de 47 por cento do gás da Suíça vem da Rússia, apesar de a grande parte deste recurso energético ser encaminhado pelos países fronteiriços como a França e a Alemanha, e a Noruega é o seu segundo maior fornecedor.

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