Galp planeia produzir combustível verde para aviação em Portugal

Fonte oficial da empresa esclareceu que o projeto deverá ter lugar na refinaria de Sines. O início da construção está previsto para o próximo ano.

A petrolífera Galp quer passar a produzir combustível de aviação sustentável a partir de Portugal, anunciou esta sexta-feira o CEO, Andy Brown.

Brown falava na cerimónia que marcava o início de uma parceria entre a Galp, TAP e ANA – Aeroportos de Portugal, que pretendem juntar-se para o desenvolvimento, produção e fornecimento de combustíveis sustentáveis para aviação em larga escala, tendo colaborado para que esta sexta-feira descolasse de Portugal o primeiro voo abastecido com o chamado combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês).

Apesar de a parceria ter tido a assinatura da Galp, o combustível sustentável que foi usado neste voo não foi produzido pela empresa portuguesa – foi encomendado por esta à finlandesa Neste.

No entanto, “a Galp não vai ser apenas um fornecedor destes combustíveis. A Galp vai ser um fabricante no futuro“, garantiu Andy Brown. “Cedo, no próximo ano, esperamos começar a construir o nosso próprio projeto” de combustível sustentável, continuou. Um projeto com a capacidade para produzir 240.000 toneladas, 100.000 vezes acima do volume de combustível que abasteceu o avião esta sexta-feira. “Isto é um projeto de escala mundial“, disse.

Apesar de no seguimento da conferência o CEO da Galp não ter avançado mais detalhes, fonte oficial da empresa esclareceu que o projeto deverá ser instalado na refinaria de Sines.

Ainda durante a apresentação, Andy Brown assumiu que “o desenvolvimento de SAF vai ser intensivo em termos de capital”. Explicou que o projeto com que a Galp pretende avançar tem por base combustíveis de origem biológica, mas que, à medida que a matéria-prima necessária para avançar por este caminho vá ficando mais escassa, será necessário passar a apostar nos chamados e-fuels, de origem não biológica, “mais complexos e ainda mais caros”.

A CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, admitiu na mesma ocasião que ainda “é cedo” para perceber as implicações e termos económicos do investimento nestes combustíveis, ressalvando que “o custo dos combustíveis hoje em dia só pode incentivar a que existam soluções mais diversas”. No entanto, “é verdade que economicamente tem de fazer sentido e vamos ter essa discussão com os nossos parceiros”, afirmou. Do lado da Galp, o CEO apontou que o objetivo “é ter estes combustíveis a preços competitivos, acessíveis para os consumidores”.

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