Mecanismo ibérico gerou poupanças de 15,3% na eletricidade em mês e meio
Entre 15 de junho e 31 de julho, o mecanismo ibérico gerou poupanças de 15% no preço horário médio da eletricidade no MIBEL. Renováveis representaram metade da eletricidade gerada em Portugal.
O mecanismo ibérico de limite do preço do gás natural gerou poupanças de 46,4 euros por megawatt/hora (MWh), entre 15 de junho a 31 de julho, o que equivaleu a uma redução de 15,3% no preço horário médio da eletricidade no Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL).
De acordo com o boletim de eletricidade renovável elaborado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis, e divulgado esta quarta-feira, a poupança devido ao limite do preço do gás natural, correspondente à diferença entre o preço sem o mecanismo e o preço com a compensação a pagar às centrais a gás natural, atingiu um valor máximo de 105,9 euros/MWh, e um mínimo de 5,62 euros/MWh. No total, 20,5 dos 40,9 terawatts/hora (TWh) produzidos foram sujeitos ao mecanismo de ajuste dos consumidores na Península Ibérica.
Olhando para o panorama europeu, durante o mês de julho de 2022, a APREN revela que se registou um preço mínimo horário no MIBEL em Portugal de 78,1 euros/MWh, para uma hora cujo fecho de mercado deu-se por geração térmica a ciclo combinado. Já o preço máximo horário atingiu os 221,1 euros/MWh, onde o mercado fechou com hídrica, devido à inversão do fluxo de importação para exportação nesse período horário.
Mais de metade da eletricidade gerada em Portugal proveniente de fontes renováveis
Mais de metade da eletricidade gerada em Portugal nos primeiros seis meses do ano foi proveniente de fontes renováveis. Segundo a APREN, foram gerados 24.664 gigawatts por hora (GWh) de eletricidade no acumulado dos meses de janeiro a julho de 2022, dos quais 55,7% foram de origem renovável.
O cenário inverte-se quando se olha para os números do mês de julho. Nesse mês, 49% da eletricidade gerada foi proveniente de combustíveis fósseis, enquanto a energia verde representou 47% do total de energia gerada — menos 8,8% quando comparado com o mês de junho. Esta quebra, explica a APREN, prende-se com a “diminuição do índice de hidraulicidade, que resultou num decréscimo acentuado da produção hídrica”.
Na mesma nota, a entidade salienta ainda que a produção hídrica e a percentagem máxima de armazenamento nas barragens atingiram valores mínimos face ao período homólogo nos últimos 10 anos, “o que contribuiu para um aumento da produção por fontes fósseis”.
Feitas as contas, no primeiro semestre do ano, Portugal manteve-se como o quarto país europeu com maior incorporação renovável na geração de eletricidade, ficando atrás da Noruega, Áustria e Dinamarca, que obtiveram 99,4%, 79,1% e 77,2%, respetivamente, a partir de fontes renováveis. Já durante o mês de julho, Portugal diminuiu a incorporação renovável em 0,3% face a junho, ficando em sexto lugar nos países com maior incorporação renovável na Europa.
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