Espanha e Alemanha insistem em necessidade de acelerar gasoduto que ligue Península Ibérica à Europa
O chanceler alemão, Olaf Scholz defendeu ser necessário avançar com a "grande tarefa" de construir e reforçar a rede europeia de ligações energéticas.
Espanha e Alemanha reiteraram esta terça-feira a necessidade de acelerar as ligações para transporte de energia entre a Península Ibérica e o resto da Europa, com o líder do Governo alemão a garantir fará “o possível” para que se concretizem.
O chanceler alemão, Olaf Scholz defendeu ser necessário avançar com a “grande tarefa” de construir e reforçar a rede europeia de ligações energéticas, tanto ao nível da eletricidade, como do hidrogénio, no futuro, mas também, e de forma mais urgente, do gás, para tornar a União Europeia (UE) menos dependente do gás russo.
A Alemanha fará “o possível” para concretizar os projetos relacionados com as interconexões europeias de energia e para que se aproveitam mais as capacidades e possibilidade de Portugal e Espanha nesta matéria, disse Olaf Scholz, numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, que esta terça foi convidado a participar numa reunião do Conselho de Ministros da Alemanha, em Meseberg, perto de Berlim.
Pedro Sánchez, por seu turno, reiterou que Portugal e Espanha pedem há anos que se acelerem as ligações para transporte de energia entre a Península Ibérica e o resto da Europa e que se o projeto do gasoduto dos Pirenéus “não se desenvolver ao ritmo adequado”, por obstáculos colocados por França, a própria UE definiu “outra possibilidade”, que é a de uma ligação com Itália.
O gasoduto dos Pirenéus foi recentemente considerado uma infraestrutura prioritária pela UE, no contexto da crise energética na Europa provocada pelo ataque da Rússia à Ucrânia em 24 de fevereiro passado e a ameaça de Moscovo de cortar o fornecimento de gás à Europa.
A Península Ibérica, por falta de ligações para transporte de energia ao resto da Europa, funciona como uma “ilha energética” e tanto Portugal como Espanha fizeram investimentos nesta área que criaram infraestruturas que agora poderiam ser usadas para fornecer outros países europeus.
Essas “capacidades de regaseificação” europeia disponíveis na Península Ibérica não podem ser usadas “de maneira total e completa” por falta de gasodutos e “é isso que é preciso resolver, seja por França, seja por Itália, mas Espanha está disposta a ser solidária e a responder à chamada” de países como a Alemanha “que estão a sofrer a chantagem de Putin”, disse Sánchez, numa referência ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Scholz convidou Sánchez para estar esta terça-feira num Conselho de Ministros do Governo alemão depois de ter defendido publicamente no dia 11 deste mês a construção de um gasoduto pan-europeu, que ligue a Península Ibérica, desde Portugal, à Alemanha.
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