Portugal quer neutralidade carbónica mais cedo, em 2045. Ministro do Ambiente falha abertura da COP

Enquanto Portugal fala em acelerar a descarbonização, a conferência foi também palco de discussões sobre a desflorestação, mercados de carbono e projetos de adaptação.

No segundo dia de COP 27 (a 27.ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas), Portugal contou um novo compromisso e uma ausência inesperada. O primeiro-ministro afirma que pretende que o país atinja a neutralidade carbónica em 2045 – cinco anos antes do objetivo anterior, de 2050. Contudo, a conferência tem início sem a presença do ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, que optou pelo confinamento depois de ter testado positivo para a covid-19 na sexta-feira passada.

“O objetivo não é somente alcançarmos a neutralidade carbónica em 2050 – e fomos o primeiro país do mundo a assumir essa meta na COP de Marraquexe [em 2016] –, mas também, como está previsto na lei, estudar e fazermos tudo para antecipar para 2045 esse resultado”, afirmou o primeiro-ministro, António Costa.

Esta meta será possível, na ótica do chefe do Executivo, tendo em conta a “política sustentada de investimento no transporte público urbano e na ferrovia à escala nacional”, além do encerramento, já concretizado, das centrais a carvão que estavam em operação no país, e das perspetivas de produção de hidrogénio verde.

O primeiro-ministro discursará na terça-feira, no final da manhã, na COP27 – o segundo dos dois dias nos quais participará na COP27. Por seu lado, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, não vai acompanhar o primeiro-ministro na abertura da conferência climática, já que testou positivo para a covid-19 na madrugada de sexta-feira para sábado e optou por se isolar. No entanto, vai poder comparecer na semana seguinte, como planeado, já que a COP27 termina apenas no dia 18 de novembro.

Já o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, que começou por anunciar que não iria à COP27 e depois acabou por reverter essa decisão, anunciou esta segunda-feira que destinará 1,5 mil milhões de libras para projetos de adaptação às alterações climáticas para países em desenvolvimento, triplicando desta forma o financiamento para este fim, quando este é um dos temas decisivos na cimeira.

Em entrevista à Reuters, a líder do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, debruçou-se sobre outra das temáticas em foco: os mercados de carbono. Esta defendeu que o preço das toneladas de carbono emitidas deveria posicionar-se nos 75 dólares, a nível global, pelo menos até 2030. Os Estados Unidos, por exemplo, vendem atualmente a tonelada a apenas 30 dólares.

Ainda esta segunda-feira, mais de 25 países, encabeçados pela Gana e pelos Estados Unidos, lançaram um grupo destinado a assegurar que tomarão responsabilidade por acabar com a desflorestação em 2030, depois de na última COP 140 líderes terem prometido acabar com este flagelo até ao fim da década.

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