ADENE quer plano de poupança energético prolongado até ao próximo inverno

Nelson Lage acredita que, a nível europeu, o inverno deste ano "já está controlado," mas que o real desafio será o próximo, pelo que defende um prolongamento do plano de poupança energético.

A Agência para a Energia (ADENE) defende que as medidas previstas no plano de poupança de energia devem ser prolongadas até ao próximo ano, por considerar que o inverno deste ano “já está controlado” mas que o “desafio será o próximo”.

Em declarações ao ECO/Capital Verde, esta terça-feira, durante uma visita ao Oeiras Park, o presidente da entidade considera que “estes planos de poupança não devem ficar por aqui”, nem devem “ser feitos a pensar só neste inverno”. Para Nelson Lage, a estratégia de poupança e redução do consumo de gás, para a produção de eletricidade, deve ser também desenhada a pensar no próximo ano.

Acredito que este inverno, a nível europeu, já está controlado. A própria Comissão Europeia e a Agência Internacional de Energia já disseram que este inverno está controlado e que o desafio será o próximo. Por isso é que estes planos de poupança, seja em Portugal, seja nos outros países, não devem ficar por aqui, não devem ser feitos a pensar só neste inverno. Devem, na minha opinião, ser prolongados até ao próximo ano para que possa ter um impacto grande no próximo inverno”, frisou o dirigente.

Segundo o plano de poupança, apresentado pela ADENE e pelo Governo, todas as medidas que nao pressuponham investimento terão uma implementação imediata (até três meses), e todas as que requeiram investimento devem ser aplicadas entre 3 a 12 meses. A vigência do Plano de Poupança de Energia estava prevista até ao fim de 2023, “prevendo-se que o seu âmbito se possa alargar para além desta fase”, lê-se no documento. A nível europeu, existe um objetivo voluntário de redução de 15% do consumo, mas segundo a entidade e o Executivo de António Costa, o plano desenhado prevê que se alcance uma poupança de até 31% do objetivo com o total das medidas.

Para a implementação destas medidas, com teor voluntário, foram assinados pactos com os vários setores, entre eles com a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APPC) que diz estar confiante que as medidas de redução de consumo implementadas por todos os associados irão permitir ultrapassar a barreira de “dois dígitos”.

“Nos últimos dois anos, o consumo de energia aumentou e os nossos associados têm vindo a fazer um esforço para se adaptarem e adotarem medidas que permitam alcançar poupanças de dois dígitos. O objetivo do plano com a ADENE são 15%, contamos superar essa barreira“, revelou ao ECO/Capital Verde o diretor executivo da APCC, Rodrigo Moita de Deus, revelando que a adesão aos objetivos de poupança por parte dos associados foi “total e completa”. “Somos o principais interessados em fazer uma redução do consumo e fazer uma gestão eficiente da energia. Estamos todos alinhados”, frisou o dirigente.

Exemplo desse compromissos, é o Oeiras Park que durante uma visita ao centro, revelou já ter alcançado uma poupança de 10% no consumo de energia através de medidas como um ajuste nos set-points de água fria da central de frio mediante da estação do ano; substituição de iluminação por tecnologia LED e otimização dos horários de funcionamento da iluminação. Além disso, de acordo com o administrador do centro comercial Miguel Funtão, o Oeiras Park está a estudar a instalação de uma central fotovoltaica ainda este ano. Ao ECO/Capital Verde, o dirigente revela que essa instalação irá acontecer ainda este ano.

“O setor dos centros comerciais tem vindo a desenvolver medidas há algum tempo de redução de consumo e este pacto sectorial permitiu acelerar esse caminho que fazemos com gosto porque sabemos que esta é uma exigencia ambiental e economica. [O Oeiras Park] é um bom exemplo, mas temos casos onde a redução foi ainda maior”, acrescentou Rodrigo Moita de Deus.

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