Duarte Cordeiro acusa PSD de “precipitação” na análise do acordo das interligações energéticas
Ministro do Ambiente acusa PSD de "precipitação" na análise do entendimento sobre a nova interligação entre Portugal, Espanha e França, reiterando que acordo final só chegará a 9 de dezembro.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática (MAAC) acusou o PSD de “precipitação” em relação à análise do acordo do BarMar, o novo gasoduto acordado entre Portugal, Espanha e França que irá ligar a Península Ibérica à Europa, por mar, através de Marselha.
Segundo Duarte Cordeiro, tanto o Governo português como os homólogos espanhóis e franceses, “já esclareceram” os sociais-democratas sobre as linhas do que ficou definido entre os três países, no mês passado, reiterando que depois da reunião em Bruxelas, seguir-se-á uma reunião em Alicante onde será assinado um acordo formal
“Houve uma precipitação ao comparar um comunicado de imprensa com um texto que resultará de um acordo [em Alicante]. Os vários países já esclareceram o PSD sobre essa precipitação. Houve um encontro entre Portugal, Espanha e França com o propósito de desbloquear o acordo de 2015. O desbloqueio era de gás e os três procuraram desbloquear isso. Não há bloqueio nas interligações elétricas“, frisou o governante, esta quinta-feira, em resposta ao deputado Hugo Martins de Carvalho, do PSD, numa audição na Comissão do Ambiente e Energia e Assuntos Europeus, na Assembleia da Republica.
Reiterando que o acordo anterior, o MidCat, era uma “mão cheia de nada”, Duarte Cordeiro sublinhou que existe “uma diferença entre o que é o entendimento daquilo que foi obtido, em Bruxelas, e que foi comunicado e aquilo que vai ser um texto normal do encontro”, que acontecerá a 9 de dezembro, em Alicante.
“O bloqueio resultava do traçado da interligação de gás pelos Pirenéus, que tinha originado que os reguladores franceses e espanhóis deixassem de considerar como prioritárias”, explicou, acrescentando que o projeto “não estava inscrito como um processo de interesse comum”, nem tinha “perspetiva de implementação”, uma vez que o Governo francês se recusava a aprová-lo e da parte da Comissão Europeia não estava garantido financiamento.
Com o BarMar, explicou Duarte Cordeiro, resultam dois aspetos: “um novo traçado em Marselha, que permite desbloquear o traçado” entre Portugal, Espanha a França, e ainda a “valorização da interligação ao prepara-la para o futuro” uma vez que irá permitir que transporte não só gás natural, mas também, outros gases renováveis, como hidrogénio ou biometano.
Quanto ao seu financiamento, Duarte Cordeiro afirmou que “o país tem de esgotar todas as possibilidades de financiar a nível europeu” o projeto para o reforço das interligações energéticas, no âmbito do acordo político alcançado entre Portugal, Espanha e França.
Perante aos deputados, na comissão, o governante destacou ainda que, sobre as interligações elétricas entre Portugal e Espanha, “estão a ser reforçadas em 2021, a capacidade de interligação entre os dois países contava com nove interligações (seis linhas a 400 quilovolts (kV) e três linhas a 220 kV)” e que se “encontra em curso a 10.ª interligação elétrica entre Portugal e Espanha, um projeto de Interesse Comum reconhecido pela Comissão Europeia”.
“A linha dupla entre o Minho e a Galiza, além de criar capacidade de receção adicional de nova geração, nomeadamente de origem renovável, e de permitir aumentar a utilização e integração de energias renováveis, também vai garantir o valor acordado para o funcionamento do Mercado Ibérico de Eletricidade. Ou seja, vai possibilitar que a Rede Nacional de Transporte de Eletricidade possa continuar a assegurar 3.000 megawatts de capacidade de interligação entre os dois países”, explicou o ministro do Ambiente.
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