“Temos de ser o grilo de consciência do board”, afirma VP of people da Hovione

Apesar de serem ainda poucos os casos em Portugal, Ilda Ventura acredita que é uma questão de tempo até que os gestores de pessoas comecem a fazer parte do leadership team. 

São poucos os casos de diretores de recursos humanos de empresas em Portugal que têm um lugar à mesa do board. Ilda Ventura, VP of people da Hovione, é uma exceção. E acredita que é uma questão de tempo até que os gestores de pessoas comecem a fazer parte do leadership team. Até porque têm um papel importante a desempenhar à mesa.

“Todos nós estamos com uma pressão de resultados, e, às vezes, apanhamo-nos em armadilhas. Queremos ser todos muito work life balance, mas depois matamo-nos a trabalhar. Temos de ser o grilo de consciência do board, garantindo que a confiança e o respeito pelas pessoas se mantém”, diz Ilda Ventura, durante a sua intervenção no painel “Como ser um HR Influencer”, no 53.º Encontro Nacional da APG, que decorre esta sexta-feira no Porto.

“Nós temos fazer o dizemos e dizer o que fazemos. Isso é fundamental”, salienta a gestora de RH.

Sobre o facto de ser uma das poucas exceções de líderes de pessoas com assento na administração, Ilda Ventura afirma que “isso não significa que as empresas não levem a sério as suas pessoas ou a estratégia de recursos humanos”. “Também cabe aos RH fazerem-se valer nas suas organizações, com os recursos que têm. Nem todos os DRH têm milhares de seguidores.”

Marco Serrão, chief people & culture officer da Galp, Ilda Ventura, VP of people da Hovione, e Nuno Troni, diretor executivo da Randstad.marcAsério - Marketing Hub

Marco Serrão, chief people & culture officer da Galp acredita que é quando há crises que a função do diretor de recursos humanos é ainda mais valorizada. Foi o que aconteceu durante a pandemia da Covid-19. “As pessoas esperam encontrar em nós as respostas para manter a organização a funcionar.”

Ilda Ventura deixa ainda um conselho: “Temos de alavancar na oportunidade que foi gerada. O contexto é difícil. Temos de levar temas que sejam catchy. Se revolucionaram a forma como o vosso CEO olha para a forma como as pessoas trabalham, não percam o barco.”

Sobre o futuro do trabalho, o chief people & culture officer da Galp defende que o mercado terá de encontrar um equilíbrio, garantindo sempre a liberdade para trabalhar a partir de casa, com a tecnologia necessária. Mas, será preciso tempo para essa adaptação. Já a semana de quatro dias de trabalho não é, para já, um tema na energética. “Vamos ver como é que essa dinâmica evolui”, refere. “Para já, vamos adotar outras formas para que as pessoas possam ter um equilíbrio maior entre a vida pessoal e a vida profissional, nomeadamente através de dias de férias.”

O futuro do trabalho engloba estes temas, e mais ainda. “Vai ser tudo”, afirma Ilda Ventura. E esse será precisamente “o grande desafio para os profissionais de RH”, acrescenta.

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