Procura por obrigações da Greenvolt supera em 26% a oferta
A operação pública de subscrição das obrigações verdes da Greenvolt contou com uma procura 26% acima da oferta, permitindo à empresa de João Manso Neto financiar-se em 150 milhões de euros no retalho.
A Greenvolt conclui esta quarta-feira a sua primeira emissão de obrigações verdes junto dos pequenos investidores, ao conseguir colocar no mercado 150 milhões de euros em obrigações verdes. Em troca, a empresa de energias renováveis liderada por João Manso Neto compromete-se a pagar anualmente aos seus credores uma taxa de juro (taxa de cupão) de 5,2% até 2027 e a reembolsar o capital a 18 de novembro do mesmo ano.
De acordo com um comunicado enviado pela empresa à CMVM, as “Obrigações Verdes Greenvolt 2027” foram subscritas por 4.885 pequenos investidores, com a procura a superar em 26% a oferta, após a empresa ter revisto em mais 50 milhões de euros o montante da emissão inicialmente previsto.
De acordo com o prospeto das obrigações, a CGD e o Millennium bcp assumiriam a obrigação de garantir a subscrição parcial das obrigações até ao valor nominal global de 60 milhões de euros. De acordo com os resultados da operação, as duas instituições ficaram com 21,47 milhões de euros, cerca de 14% do total dos 150 milhões de euros que foram colocados.
“Com esta emissão, a Greenvolt obtém os fundos que lhe permitirão acelerar, de forma sustentada, o seu crescimento. Tendo por base a produção de energia a partir da biomassa, o grupo está a expandir-se no negócio das energias renováveis”, refere a empresa em comunicado.
Na apresentação dos resultados da operação, João Manso Neto referiu que esta foi uma operação importante, sobretudo para a empresa testar um novo mercado (retalho) que ainda não tinha procurado. Porém, destacou que não precisava do dinheiro. “Temos uma política financeira muito realista que nos leva a não nos comprometermos com um projeto sem termos antes o dinheiro para o desenvolver”, justificou o líder da Greenvolt.
Sobre o aumento do montante da emissão de 100 milhões para 150 milhões de euros, João Manso Neto refere que “sempre tivemos isso como equação” e que apenas começaram pelo patamar dos 100 milhões de euros porque “queríamos ver como o mercado reagiria”.
As obrigações verdes da Greenvolt foram colocadas no mercado através de 12 bancos e serão brevemente admitidas brevemente à negociação da Euronext Lisboa onde já está a negociar uma outra obrigação da empresa, esta com maturidade em 2028 e atualmente a negociar com uma yield perto de 4%.
A Greenvolt tem um plano de investimento entre 3,8 mil milhões e 4,2 mil milhões de euros até 2026 que, segundo a empresa, serão realizados através de um “aumento moderado da dívida financeira”. Atualmente tem em pipeline projetos com uma capacidade de produção de energia de 6,7 gigawatts (GW) que, dos quais “2,9GW encontram-se em “estado avançado de desenvolvimento até ao final de 2023”, refere a empresa no comunicado enviado à CMVM.
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