José Manuel Galvão Teles foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade

O fundador e sócio honorário da Morais Leitão, José Manuel Galvão Teles, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade pelo Presidente da República.

José Manuel Galvão Teles, fundador e sócio honorário da Morais Leitão, foi condecorado na passada quarta-feira, dia 16 de novembro, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, impôs as insígnias ao grande advogado, numa cerimónia restrita onde estiveram também presentes a mulher e família.

“José Manuel Galvão Teles é um nome maior da advocacia portuguesa, mas também – e sobretudo – um nome ímpar na construção do Portugal democrático, um projeto que continua a perseguir em todas as dimensões da sua vida”, refere o escritório.

José Manuel Galvão Teles, Senior Partner e fundador da Morais LeitãoMorais Leitão

Exercendo advocacia desde 1961, José Manuel Galvão Teles está em permanente compromisso com a realidade política e social do país em que nasceu, “escolheu sempre intervir ativamente, em nome da construção de um Portugal democrático e justo, como político, como advogado e como indivíduo”.

Nos anos 60, foi presidente Nacional da Juventude Católica, fundador e dirigente da “Cooperativa Pragma” (dissolvida posteriormente pela PIDE), editor dos “Cadernos GEDOC”, presidente do “Centro Nacional de Cultura” e colaborador da revista “O Tempo e o Modo” (e consequentemente interrogado pelo regime quanto às atividades desenvolvidas), candidato a deputado pela Oposição (CDE) nas eleições de 1969 e advogado de defesa em importantes processos políticos, como a defesa do arquiteto Nuno Teotónio Pereira. Opôs-se sempre à guerra colonial, com uma voz muito ativa, intervindo e alertando publicamente para a situação política nacional.

“Após a revolução de 25 de abril, continuou a exercer como um dos advogados mais brilhantes da sua geração, sem contudo abdicar da participação ativa na vida política do país, designadamente enquanto fundador e dirigente do GIS, Grupo de Intervenção Socialista, tendo-se mantido até meados dos anos 90 como dirigente nacional do Partido Socialista”, sublinhou o escritório.

Ainda em 1974 e 1975, no âmbito da descolonização, foi chefe de delegação do Governo português em diversas missões de natureza política e económico-financeira, designadamente em Angola e Moçambique, negociando com as diferentes fações.

Na sua sequência, assumiu em 1975/76 o cargo de Embaixador de Portugal nas Nações Unidas, em Nova Iorque. Deste período, salienta-se o seu papel fundamental no processo de negociação da descolonização, bem como a oposição à ocupação de Timor-Leste, pela sua independência.

Nos anos 70 e 80, fez parte da Presidência do Tribunal Internacional para Julgamento dos Crimes do Apartheid.

De 1996 a 2006 foi membro do Conselho de Estado, por designação do Presidente da República, Jorge Sampaio. Em 2005 foi agraciado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. Em 2010 recebeu a medalha de Honra da Ordem dos Advogados, tendo sido em 2022 galardoado com o Prémio de Carreira da Advocacia Societária pela Associação das Sociedades de Advogados de Portugal (ASAP).

Ao longo da sua vida de advogado patrocinou algumas das ações cíveis de maior valor julgadas em tribunais portugueses. Foi igualmente advogado de defesa, com sucesso, em alguns dos mais importantes e mediáticos processos-crime. Paralelamente, em reconhecimento da sua experiência e relevância no desenvolvimento do Direito Civil e do Direito das Sociedades, José Manuel Galvão Teles assumiu variadíssimos cargos executivos e não executivos nos órgãos sociais das mais relevantes empresas nacionais e estrangeiras a operar em Portugal.

Apaixonado pelas artes, fundou e foi dirigente de várias associações e fundações privadas ligadas à cultura, como a Fundação Serralves, a Fundação Mário Soares, a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e a Fundação Júlio Pomar.

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