Rendas aumentam 42% em dez anos, o dobro do PIB per capita

No ano passado, a renda de um imóvel arrendado em Portugal era de 334 euros, mais 42,1% do que em 2011. Os dados foram divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no decorrer da apresentação dos Censos 2021.

Isto significa que, na última década, as rendas aumentaram a um ritmo médio de 3,6%. Trata-se de um valor 4,5 vezes acima da evolução da taxa de inflação neste período e o dobro do crescimento do PIB per capita (riqueza criada num ano por habitante).

Entre as regiões onde o preço das rendas mais subiu destaca-se a Área Metropolitana de Lisboa e o Norte, que nos últimos dez anos registaram um aumento médio anual das rendas dos imóveis de 4,13% e 3,7%, respetivamente.

A região autónoma dos Açores, por outro lado, é a região onde os preços das rendes menos aumentaram, registando um incremento médio anual de 1,2% entre 2011 e 2021, ficando assim perto da taxa de inflação média neste período de 0,8%.

Evolução anual do preço das rendas e da inflação entre 2011 e 2021

^{Fonte: INE. Censos 2021.}

Segundo o INE, “dos 922.810 alojamentos de residência habitual arrendados que foram recenseados em 2021, o escalão do valor mensal da renda com maior representatividade é o dos “200 a 399 euros”, com 40,4% do total de alojamentos arrendados.”

Os resultados do Censos 2021 revelam ainda que a Área Metropolitana de Lisboa é onde o valor das rendas é mais elevado (valor médio mensal de 403 euros) e também é a região com maior percentagem de alojamentos em que as rendas suportadas superam os 1.000 euros. “Dos 20.440 alojamentos nos quais, em 2021, os encargos com rendas passam os 1.000 euros, 78,1% localizavam-se na Área Metropolitana de Lisboa”, lê-se no documento.

No extremo oposto está o Alentejo, onde o custo com o arrendamento das casas é mais baixo, com um valor médio de 261 euros de renda mensal.