Já caiu um dos interessados à reprivatização da Efacec

Ministro da Economia diz que os 115 milhões de euros dados em garantias à Efacec não são "dinheiro como perdido".

O Ministro da Economia revelou esta sexta-feira que a Parpública está a negociar a reprivatização da Efacec com sete potenciais interessados, o que significa que um já desistiu, e apontou para janeiro ou fevereiro a existência de novidades sobre a matéria.

“Há sete companhias interessadas: quatro nacionais e três internacionais”, detalhou António Costa Silva na conferência de imprensa de balanço dos resultados económico este ano, em conjunto com o ministro das Finanças e a ministra do Trabalho. Ou seja, um dos interessados estrangeiros desistiu da corrida à reprivatização desta “grande empresa tecnológica nacional”, nas palavras do ministro da Economia.

A Parpública anunciou a 6 de dezembro que recebeu propostas válidas de oito candidatos nacionais e estrangeiros. E de acordo com o Expresso, os grupos portugueses interessados são a Sodecia que é repetente; a construtora Mota-Engil; a Carpin, empresa de um ex-presidente da Efacec, António Cardoso Pinta; e a Efaflu, da família Ricca, antiga acionista da empresa. Já os investidores estrangeiros interessados são a Oaktree, que também já tinha manifestado interesse na empresa; o fundo alemão Mutuares, especialista em aquisição de empresas em dificuldades; o fundo inglês Enoda e um fundo asiático Chint International.

Mas devido a um problema técnico relacionado com endereços eletrónicos, a Parpública acabou por aceitar um nono candidato, que também tinha entregue a sua proposta em tempo útil, o que significa que a lista final era de nove candidatos, apurou o ECO. Mas no trabalho posterior de análise às candidaturas levou à exclusão de mais um candidato, estando agora na corrida sete, como avançou o ministro da Economia esta sexta-feira.

O ministro revelou ainda que o Estado colocou 115 milhões na Efacec, em garantias, assegurando que “não é dinheiro perdido”. “Entre as injeções que o Estado pôs e as garantias que o Estado deu, nesta altura temos cerca de 115 milhões de euros. Não digo que isto seja dinheiro perdido, vamos tentar em todo o processo de negociação ver como é que as coisas se vão articular”, disse Costa Silva, precisando que o problema da Efacec “é de estratégia e de decisão sobre os mercados prioritários”.

A estes 115 milhões em garantias somam-se 50 milhões em injeções, ou seja 165 milhões de euros. Um valor que o ministro já tinha avançado aos deputados no início de novembro.

De acordo com o novo caderno de encargos, aprovado em Conselho de Ministros a 21 de novembro, o Governo encarregou a Parpública a adotar “medidas de reestruturação” para manter a empresa em funcionamento, enquanto é dado início a um novo processo de reprivatização. O objetivo é “manter o valor operacional do grupo e que permitam viabilizar condições” para a sua venda.

A entidade pública, que é a principal acionista depois da nacionalização de 71,73% da Efacec, deve dotar as empresas “dos respetivos meios financeiros em consonância com a informação” que a própria Parpública apresentou ao Estado. Uma informação que, no entanto, não foi partilhada com os potenciais interessados no processo de reprivatização, tal como o ECO avançou.

De acordo com o novo caderno de encargos, o processo de venda vai ser mais curto já que apenas são admitidas duas fases, e não três como anteriormente. Além disso, a Parpública está a tentar negociar um perdão de dívida junto dos bancos credores: a CGD, o BCP, o Novobanco e o Montepio.

Nota: Artigo atualizado com os esclarecimentos do Ministério da Economia. Mantém-se o custo de 165 milhões aos cofres do Estado com a Efacec: 115 milhões em garantias e 50 milhões em injeções.

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