Prémios de seguros cibernéticos britânicos disparam

  • ECO Seguros
  • 9 Janeiro 2023

As companhias têm 84% mais probabilidade de sofrer um ciberataque do que há quatro anos, segundo o relatório da Mactavish.

As empresas britânicas registam um aumento dos prémios de seguros cibernéticos, causado por maiores riscos de sinistros, numa altura de maior exposição a ciberataques, revelou um inquérito realizado pela Mactavish, mediadora de seguros e especialista em litígios de reivindicações.

“As empresas devem assegurar-se de que estão protegidas contra potenciais riscos”, alerta Bruce Hepburn, CEO da Mactavish.

A Mactavish realizou um inquérito a empresas com um volume de negócios superior a 10 milhões de euros, em várias áreas, incluindo tecnologia, indústria transformadora, aviação e setores marítimos, construção e empresas de energia.

Mais de metade das grandes empresas, 56%, que deram prioridade à proteção cibernética, afirmaram que o aumento dos custos das apólices contribuiu para cortes em outras áreas do negócio. O inquérito concluiu ainda que 77% das empresas inquiridas acreditam estar cobertas contra o risco de ciberataques.

De acordo com a Mactavish, trata-se de uma melhoria em relação a 2018, quando apenas 30% das grandes empresas tinham uma cobertura de seguro cibernético. Apesar das medidas ativas contra o risco de ciberataques, as condições do mercado de seguros estão mais difíceis do que em 2018, sublinhou Mactavish, salientando que que o cenário não convida à adoção de coberturas.

De acordo com o índice de preços do terceiro trimestre da Marsh, os preços dos ciberseguros aumentaram 66%, após um aumento máximo de 102% em relação ao ano anterior, no primeiro trimestre de 2022, aumentando mais rapidamente no Reino Unido do que em qualquer outro mercado regional.

A Mactavish afirmou: “as conclusões do relatório são particularmente preocupantes numa altura de aumento dos prémios dos seguros cibernéticos e de queda da confiança que as seguradoras pagariam em caso de ataque, com um quarto, 25%, de todas as empresas inquiridas a afirmar que não esperam que a sua seguradora pague por um sinistro cibernético.

“O inquérito concluiu que os principais impedimentos para adoção deste tipo de seguros são o custo, 56%, a inadequação da cobertura, 30% e a desconfiança nos pagamentos de sinistros, 25%, o que poderia ser responsável pelos 23% das empresas que ainda não têm cobertura cibernética em 2022″.

As companhias têm 84% mais probabilidades de sofrer um ciberataque do que há quatro anos, segundo o relatório Mactavish. Em comparação com o ano anterior, o último relatório revelou que 79% dos inquiridos sofreram um ciberataque, com 50% desses a resultar na perda de dados ou de receitas.

Bruce Hepburn, CEO da Mactavish comentou: “seria irresponsável não considerar o panorama turbulento com que o mundo empresarial se vê confrontado, face ao mercado mais duro de sempre, com as seguradoras a aumentar os prémios e a criar condições duras e duradouras para os segurados. Contudo, as empresas devem assegurar-se de que estão protegidas contra potenciais riscos”. O líder alertou: “a realidade é que os ciberataques estão a aumentar – 79% dos inquiridos foram vítimas de um nos últimos 12 meses – e estes podem prejudicar as empresas que não têm uma proteção adequada e fiável. O impacto das crises globais, a guerra na Ucrânia e o impacto da pandemia significam que os perfis de risco das empresas mudaram e é importante que as empresas ajustem as suas apólices de seguro”.

Quase todos, 98% dos inquiridos, admitiram sentir-se vulneráveis a um ataque cibernético como um impacto direto da guerra. As interrupções em sistemas informáticos, as violações de dados e os resgates ou a extorsão cibernética foram classificados respetivamente como as preocupações mais prementes.

 

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