“Portugal está a progredir, mas demasiado devagar”, diz Nouriel Roubini
Economista alerta que se a Zona Euro e os EUA entrarem em recessão será muito difícil Portugal escapar, ainda que sublinhe que esta possa ser "mais branda" face a países como Itália e Alemanha.
Nouriel Roubini, economista que ficou conhecido por prever a crise de 2008, está preocupado com a “dívida implícita” dos países, que vai ter impacto numa população em envelhecimento. Em entrevista ao Observador (acesso pago), diz que “Portugal está a progredir bem”, mas “demasiado devagar”.
Para o economista, a “dívida implícita” dos países “representa um conflito intergeracional”, dado que “estamos a financiar os benefícios dos mais idosos com impostos cobrados aos mais jovens” e quando os agora jovens chegarem à terceira idade “não haverá dinheiro suficiente para pagar integralmente as suas pensões e cuidados de saúde”.
Quanto a Portugal, Roubini considera que o país “parece estar a progredir bastante bem”, mas alerta que a “dívida pública continua elevada”, elencando ainda outros “aspetos negativos”, nomeadamente “o défice orçamental, aumento dos juros da dívida, inflação elevada”, assim como a “falta de investimento nas infraestruturas” e o investimento em educação, na qualificação do capital humano local”. “Todas estas coisas estão a caminhar no sentido correto mas, aparentemente, demasiado devagar comparando com aquilo que seria desejável”, defende, na mesma entrevista.
O economista, que deu também uma entrevista ao programa “Grande Entrevista” da RTP, considera muito difícil Portugal escapar a uma recessão. “A meu ver 2023 será pior do que 2022″, dado que “teremos inflação e recessão”, antecipa, acrescentando que, na sua opinião, “a estrutura de Portugal é, na verdade, muito boa, mas se a Zona Euro entrar em recessão, se os EUA entrarem em recessão é claro que Portugal também entrará em recessão”, ainda que “talvez mais branda” face a países como Itália ou a Alemanha.
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