Governo já espera que a economia cresça “mais do que o previsto em 2023”
Entusiasmado com os cenários mais otimistas para a economia europeia, que deixaram de apontar para a recessão, António Costa confia que o PIB português poderá evoluir acima dos 1,3% previstos no OE.
O primeiro mês do ano ainda nem acabou e o primeiro-ministro, António Costa, já admite uma revisão em alta das perspetivas de crescimento para a economia portuguesa em 2023, entusiasmado com os cenários mais otimistas que estão a ser divulgados para a economia europeia e mundial.
“Depois destes anos difíceis com a pandemia, a guerra e a inflação, há uma resiliência grande no tecido empresarial, que tem sustentado o crescimento da economia e a evolução do emprego, e que dá a confiança de que, agora que a nível internacional há melhores perspetivas para a economia europeia e mundial, até poderemos crescer mais do que o previsto”, indicou.
Nas últimas semanas, várias instituições reavaliaram em alta as estimativas sobre a evolução económica para este ano. Foi o caso do Goldman Sachs, que já não antecipa uma recessão na Zona Euro, ou dos economistas da ConsensusEconomics, que ainda esta semana alteraram as previsões, esperando agora que o bloco europeu registe um ligeiro crescimento. Com as nuvens a dissiparem na Alemanha, também Mário Centeno foi a Davos dizer que a Zona Euro vai escapar à recessão.
Segundo as mais recentes previsões do Banco de Portugal, divulgadas no boletim económico de dezembro, a economia portuguesa deverá crescer 1,5% em 2023. Um valor mais otimista do que o inscrito pelo Executivo socialista no Orçamento do Estado para este ano (1,3%). Em 2022, o comportamento da economia nacional também acabou por ser mais positivo do que o esperado, com António Costa Silva a perspetivar que o crescimento possa ter chegado aos 6,8%, três décimas acima das projeções oficiais.
Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita às instalações da empresa de confeções Dielmar, que entrou em processo de falência no verão de 2021 e que no início do ano passado acabou por passar para as mãos do grupo têxtil Valérius, com origem em Barcelos, António Costa sublinhou ainda que a indústria é “fundamental” que dá um “enorme e crescente componente” para o crescimento do peso das exportações no PIB, que em 2022 ultrapassou, pela primeira vez, os 50%.
Conhecido por já ter recuperado vários negócios em dificuldades, o grupo liderado pelo comendador minhoto José Manuel Vilas Boas Ferreira pagou 275 mil euros para ficar com os ativos da histórica empresa de confeções de Alcains e anunciou posteriormente um investimento de 1,5 milhões de euros para renovar os equipamentos e modernizar a própria unidade fabril. Retomou em julho a produção de fatos e sobretudos para homem, com 180 trabalhadores.
Inaugurar obras e distribuir cheques
Depois de várias demissões e com vários dos seus ministros com maior peso políticio ainda debaixo de fogo, como Fernando Medina (Finanças), João Gomes Cravinho (Negócios Estrangeiros) ou Duarte Cordeiro (Ambiente), António Costa decidiu retomar a iniciativa “Governo Mais Próximo”, ocupando a agenda com perto de 50 eventos, desde inaugurações, visitas, assinaturas de acordos e distribuição de cheques do PRR (esses enquadrados noutra iniciativa, com o mesmo propósito, PRR em Movimento).
Na quarta e na quinta-feira, o primeiro-ministro, todos os ministros e vários secretários de Estado do Executivo socialista vão visitar todos os concelhos do distrito de Castelo Branco, “em visitas e reuniões de trabalho, à procura de respostas para os problemas e desafios da região”. Na agenda está inclusive uma reunião descentralizada do conselho de ministros, agendada para o Centro Cultural e Contemporâneo de Castelo Branco.
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