Economia alemã encolhe 0,2% em cadeia no quatro trimestre de 2022

Pressionada por menor consumo privado, a maior economia europeia não conseguiu repetir o comportamento positivo dos trimestres anteriores, recuando 0,2%, em cadeia, nos últimos três meses do ano.

O Produto Interno Bruto (PIB) alemão caiu 0,2% no quarto trimestre de 2022, face aos três meses anteriores, com a principal economia europeia a não conseguir repetir na fase final de 2022 o crescimento que tinha verificado no resto do ano, perante as condições adversas provocadas pela guerra na Ucrânia.

De acordo com o gabinete federal de estatísticas (Destatis), que esta segunda-feira confirmou uma progressão de 1,8% no PIB no total do ano passado, para esta quebra entre outubro e dezembro contribuíram “especialmente” os menores gastos no consumo privado, que tinham “suportado a economia alemã nos três primeiros trimestres”.

Em termos homólogos, o crescimento da economia alemã no último trimestre de 2022 foi de 0,5%, ajustado ao nível de preços, subindo a percentagem para 1,1% quando é também ajustado ao calendário. Esta diferença é explicada pelo organismo oficial pelo facto de o número médio de dias de trabalho nos últimos quatro meses do ano passado ter sido 1,2 dias inferior ao que tinha sido em 2021.

Embora estes sejam ainda dados preliminares, com o Destatis a reservar a divulgação de mais detalhes para as próximas semanas, esta contração, assente sobretudo no consumo privado, faz regressar os receios de uma recessão naquele que é classificado como o motor da economia europeia, o que poderá arrastar os parceiros do Velho Continente.

“Os meses do inverno estão a revelar-se difíceis, embora não tanto como o esperado originalmente. Continua a não se verificar uma quebra séria na economia alemã, mas uma leve recessão ainda está em cima da mesa”, refere, citado pela Reuters, o economista chefe do BP Bank, Thomas Gitzel.

Na semana passada, o Governo alemão reviu em alta as estimativas de crescimento para 2023, para um crescimento de 0,2%, quando no outono passado apontavam para um recuo de 0,4%. Apesar da cautela aconselhada pela subida dos preços da energia e das taxas de juro, Robert Habeck, ministro da Economia, assinalou que é agora “gerível” a crise económica espoletada pela invasão russa.

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