Novobanco? Caixa não está obcecada pela liderança, “mas tem valor ser líder”

O Novobanco nas mãos do Santander ou BPI roubaria a liderança do mercado à Caixa Geral de Depósitos (CGD). Paulo Macedo tem medo? “Não estamos obcecados pela liderança, mas tem valor ser líder”, afirmou o gestor, destacando as virtudes de ter um banco público com relevância.

“Interessa ser relevante. Não faz sentido ser um banco público com quota de 6% ou 7%. A Caixa claramente influencia as comissões ao ter das mais baratas, os spreads ao ter dos mais baratos, e as operações de médio e longo prazo onde é líder”, destacou na apresentação dos resultados.

Para Paulo Macedo, havendo uma eventual fusão ou aquisição de outro banco, “grande ou pequeno”, tem é de haver racional para a operação. “Não se faz líder para se dizer que tem um ativo maior”, afirmou, argumentando que só fará sentido uma consolidação se o ganho for maior do que mantendo dois bancos em separado. Neste ponto, destacou: “As perspetivas e os ganhos com fusões nunca são concretizados a 100%”.

Por outro lado, Macedo lembrou a enorme disponibilidade de capital que apresenta a Caixa, com um rácio CET1 de 18,7%. Esta situação coloca o banco público perante várias possibilidades, segundo o gestor. O primeiro é a distribuição de dividendos e devolver a ajuda aos contribuintes. “É o que temos estado a fazer e gostaríamos de intensificar”, disse.

O segundo é a manutenção da solidez financeira e cumprir o rácios mínimos fixados pelo banco central. “E depois tem de ter capital para crescer e fazer aquisições (…) se sentirmos se faz vantagem também para a Caixa e para o Estado”, argumentou.

“Só se fazem aquisições quando sentimos que o resultado é positivo. Em cada momento fazemos esta análise, mas o nosso foco é o que temos vindo a fazer: manter a liderança, ser rentável, baixar o risco, e continuar a ser o maior banco português”, disse.