ESG vira-se contra as companhias de seguros

  • ECO Seguros
  • 8 Março 2023

Críticos das considerações ESG alegam que instituições financeiras colocaram os fatores de Ambiente, Social e Governação à frente da rentabilidade. O movimento Anti-ESG vira-se agora para os seguros.

As considerações ESG – Environmental, Social and Governance – estão a ser apontadas, pelo movimento Anti-ESG, de obstruir o foco de investidores e as funções de gestão empresarial e de maximização de rentabilidade a longo prazo. Segundo os críticos, as metas a alcançar podem ser conquistadas através de inovação, controlo de custos e orientação para o cliente.

“As ESG estão no ADN de qualquer companhia de seguros”, disse Michel Leonard, economista-chefe e cientista de dados do Insurance Information Institute. “Seria muito difícil para a indústria seguradora cobrir de uma forma economicamente viável e sustentável sem considerar os padrões ambientais”.

Legisladores dos ‘estados vermelhos’ dos E.U.A. estão a tentar questionar as seguradoras para as motivações para colocar os fatores ambientais, sociais e de governação no centro das suas organizações.

Por outro lado, os acionistas ‘ativistas’ e os ‘estados azuis’ dos E.U.A querem limitar os investimentos de seguradoras e a subscrição de projetos de petróleo e gás. Uma proposta de lei introduzida no mês passado, no Connecticut, estabeleceu uma sobretaxa sobre as seguradoras que subscrevessem combustíveis fósseis.

“As ESG estão no ADN de qualquer companhia de seguros“, disse Michel Leonard, economista-chefe e cientista de dados do Insurance Information Institute. “Seria muito difícil, para a indústria seguradora, cobrir de forma economicamente viável e sustentável, sem considerar os padrões ambientais”, apontou.

Os Republicanos afirmam que os riscos apontados pelas considerações ESG não são relevantes para os resultados das empresas e que se demonstram, “um cálculo político concebido para apelar à esquerda“.

“Não queremos desestabilizar toda a indústria de seguros ao injetar um conjunto de princípios não atuariais“, disse o Representante do Texas Tom Oliverson, vice-presidente do Caucus Republicano da Casa do Estado, que apresentou um projeto de lei para barrar as seguradoras de considerarem as pontuações do ESG ou os fatores de diversidade, equidade e inclusão na fixação de taxas.

A indústria dos seguros resiste, argumentando que tal legislação “prejudica as suas práticas comerciais e pode provocar o tipo de instabilidade para o qual Tom Oliverson está a alertar”.

Algumas companhias indicam, de acordo com a publicação Politico, que a consideração dos riscos climáticos ajuda-as a lidar com fatores como ativos irrecuperáveis e com custos elevados de mitigação de catástrofes. Afirmam ainda que consultam regularmente parâmetros como as notações de crédito e pontuações ESG, que ilustram os riscos. De acordo com um recente estudo da PwC, “85% das seguradoras globais acreditam que as considerações ESG terão impacto em todas as funções dos seus negócios“.

Doug Abraham, um lobista da American Property Casualty Insurance Association (APCIA), testemunhou, no mês passado, contra uma lei do estado da Dakota do Sul, que impediria as empresas financeiras e seguradoras de negar serviços a quem não se inserisse nas “normas financeiras imparciais baseadas no risco”, argumentando que isso aumentaria as taxas de seguros em todo o estado e levaria as seguradoras à falência.

A APCIA também se opõe à proposta de lei de Connecticut, afirmando, em comentários públicos, que “os estados não deveriam utilizar a política fiscal para tentar impedir a cobertura de seguros para indústrias desfavorecidas”. O grupo advertiu que a legislação também poderia prejudicar a capacidade de recuperar os danos das empresas de combustíveis fósseis.

“Será que achamos arrepiante quando vemos estas leis? Bem, achamos que é confuso”, disse Michael Leonard. “E a confusão na indústria pode criar, muito rapidamente, em preocupações significativas”, disse o especialista.

 

 

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