Novo CEO da TAP só entra em meados de abril. Companhia poderá nomear interino

O ministro das Infraestruturas esteve reunido com os sindicatos representados na companhia aérea para lhes dar conta das mudanças na empresa. Novo CEO só deverá entrar na segunda metade de abril.

Se a ainda CEO da TAP deverá deixar as funções no final do mês, o futuro presidente executivo, Luís Rodrigues, só deverá entrar na companhia aérea depois de meados de abril. Um dos cenários que está a ser avaliado é a nomeação de um CEO interino.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, esteve reunido na segunda-feira com cerca de dezena e meia de sindicatos da TAP para lhes dar conta das mudanças na administração da companhia. Uma das informações transmitidas é que o novo CEO, Luís Henriques, ainda presidente executivo da SATA, não entra logo no início do mês.

Luís Rodrigues, ainda CEO da SATA, será o novo presidente executivo da TAP.

Questionado sobre a data concreta, o governante disse que seria em “meados de abril”, afirma Ricardo Penarroias, presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC). “Não seria na primeira semana do mês, mas também não será na quarta”, relata outro dirigente sindical que esteve na reunião.

A saída da atual CEO e do chairman em funções deverá acontecer até ao final do mês. Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja já foram notificados pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças do projeto de demissão e têm até dia 28 para enviarem uma resposta em sede de audiência prévia. Cumprido este requisito legal, o Tesouro pode fazer de imediato uma assembleia geral para efetivar a demissão. O ministro das Infaestruturas já expressou o desejo de que os gestores saiam “o mais rapidamente possível”.

Ao que o ECO apurou junto de outra fonte ligada à companhia aérea, o cenário mais provável será a entrada de Luís Rodrigues na segunda quinzena de abril, o que significa que haverá um hiato entre a saída da atual CEO e a entrada do novo. Está a ser avaliada a possibilidade de nomear um presidente executivo interino para aquele período. O ECO questionou o Ministério das Infraestruturas, mas até ao momento não obteve resposta.

Mesmo sem os dois administradores que o Governo demitiu na sequência das conclusões do relatório da Inspeção-Geral de Finanças sobre a saída de Alexandra Reis, o conselho de administração continua a ter quórum para deliberar, ainda que reduzido a sete elementos. Tratando-se de uma companhia aérea, um dos requisitos que tem de ser cumprido é a designação de um administrador responsável (accountable manager) perante a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), função que é desempenhada por Christine Ourmières-Widener.

O accountable manager é o responsável por assegurar todas as condições de segurança de voo do operador. Dentro do grupo, há já outra pessoa com estas funções, mas na Portugália: o diretor-geral, Mário Chaves, que até ao início do mês fazia parte da administração de Luís Rodrigues na SATA.

Ministro pediu paz social aos sindicatos

Na reunião com os sindicatos, o ministro pediu-lhes que atuassem com responsabilidade durante o período de transição na presidência executiva da empresa. “O ministro apelou à manutenção da paz social e ao cumprimento do plano de reestruturação”, conta Ricardo Penarroias, do SNPVAC, lembrando que estes já eram os objetivos impostos aos gestores cessantes. “A folha de Excel não desaparece”, lamenta.

O dirigente considera o apelo à responsabilidade “compreensível”, mas diz, desde já, que o sindicato vai-se pronunciar quando for a apresentação das contas da TAP, prevista para o final do mês. “A empresa vai apresentar resultados muito bons, históricos, segundo dizem, muito sustentados nos cortes salariais. Mais uma vez questionamos a existência dos Acordos Temporários de Emergência [que determinam os cortes]”, afirma Ricardo Penarroias.

“O senhor ministro mostrou a sua preocupação quanto ao plano de restruturação em curso, tendo por conta o processo despoletado da negociação dos acordos de empresa que vise a desejada paz social, pois sem este fator resolvido torna-se difícil atingir os objetivos”, relata também o Sindicato Nacional Dos Trabalhadores Da Aviação Civil (SINTAC), num comunicado divulgado esta quinta-feira.

Abordada foi também a privatização da companhia aérea, à qual vários sindicatos se opõem, entre eles o SINTAC. Uma das exigências foi que a venda do capital assegure a manutenção do hub no aeroporto de Lisboa, o que tem sido defendido pelo Governo liderado por António Costa.

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