Inflação em Portugal terá abrandado para 7,4% em março, o quinto mês consecutivo de alívio na subida dos preços
Março terá sido o quinto mês de alívio na subida preços. Aumento dos preços dos alimentos atenuou este mês e preços da energia acabaram mesmo por descer, devido a "efeito de base".
A subida dos preços em Portugal terá abrandado de forma significativa em março. O Instituto Nacional de Estatística (INE) estimou esta sexta-feira que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) este mês subiu 7,4% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
A confirmarem-se estes dados preliminares, março foi o quinto mês consecutivo de alívio da inflação, com um abrandamento de 0,8 pontos percetuais. Em fevereiro, a variação homóloga do IPC tinha sido de 8,2%, um ritmo inferior a janeiro em 0,2 pontos percentuais, segundo o INE.
“Esta desaceleração é em parte explicada pelo efeito de base resultante do aumento de preços dos combustíveis e dos produtos alimentares, verificado em março de 2022″, justifica o instituto. Ou seja, a queda deve ser vista à luz da grande subida dos preços que ocorreu em março do ano passado, logo depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia a 24 de fevereiro. Ou seja, dito de outra forma, a inflação abrandou, em parte, porque a comparação é com um mês atípico do ano anterior.
Índice de Preços no Consumidor (taxas de variação)
Subida dos preços dos alimentos abranda
Analisando apenas o indicador de inflação subjacente, que é composto pelo índice total excluindo componentes voláteis como os produtos alimentares não transformados e energéticos, este terá subido 7% em março, um ritmo ligeiramente mais lento do que os 7,2% do mês prévio.
Já se a análise incidir apenas sobre essas mesmas componentes voláteis, as estimativas do INE mostram que, em março, em comparação com o mesmo mês do ano passado, os preços da energia caíram mesmo 4,4% (em comparação com a subida de 1,9% registada em fevereiro), enquanto os preços dos produtos alimentares não transformados desaceleraram, subindo 19,3% em março, face ao aumento de 20,1% em fevereiro. Em ambos os casos, são boas notícias para as famílias portuguesas.
Quanto ao índice harmonizado, o que permite as comparações europeias, o INE refere que a variação homóloga em março terá sido de 8%, um recuo face à taxa de 8,6% no mês precedente. O instituto publica os dados definitivos a 13 de abril, dia em que poderá confirmar, rever em alta ou rever em baixa a variação destes indicadores.
Inflação alivia nos países da Zona Euro
Estes dados são conhecidos um dia depois de o INE espanhol ter revelado que a inflação homóloga no país vizinho travou a fundo em março, para 3,3%, uma queda significativa de 2,7 pontos percentuais face ao primeiro mês do ano. Na Alemanha, o índice harmonizado também abrandou de forma expressiva, para 7,8%, de acordo com a estimativa revelada na quinta-feira.
Já esta sexta-feira, soube-se que o IPC em França abrandou pela primeira vez desde dezembro, com a variação homóloga de março a travar para 6,6%, em comparação com os 7,3% do mês anterior.
O alívio da inflação nos países da Zona Euro, apesar de estar relacionado com o efeito comparativo com o ano passado, surge numa altura em que o Banco Central Europeu (BCE) está particularmente atento ao comportamento dos preços na economia para decidir se vai continuar a política de aumento das taxas de juro.
(Notícia atualizada pela última vez às 9h51)
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