Banco de Portugal prepara solução “mais abrangente” que MB Way para transferências

Banco de Portugal (BdP) está a desenvolver funcionalidade "mais abrangente" que o MB Way que permitirá transferir dinheiro com número de telemóvel. Solução chega no início do próximo ano.

O Banco de Portugal quer impulsionar as transferências imediatas e prepara novidades que deverão chegar ao dia-a-dia das pessoas no início do próximo ano. Uma delas diz respeito à transferência de dinheiro entre bancos através do contacto de telemóvel, em vez do tradicional IBAN. É uma funcionalidade similar à que existe no popular MB Way, mas o supervisor garante que será “mais abrangente”. Como?

“Na medida em que não se baseia em cartões de pagamento da marca MB, mas sim em contas de pagamento”, adianta o banco central liderado por Mário Centeno ao ECO.

Por outro lado, segundo o Banco de Portugal, a solução – tecnicamente conhecida como proxy lookup — vai permitir que se use não só a lista de contactos do telemóvel como também o número de contribuinte de uma empresa (NIPC) — e sem ter de digitar o IBAN, “um número extenso e complexo” — para iniciar “transferências a crédito normais e imediatas (entre contas) a partir dos vários canais disponibilizados pelos bancos nacionais (homebanking, app, balcão, etc.) aos seus clientes”.

“A prazo”, acrescenta a entidade, vai ser possível realizar este tipo de transferências a nível europeu, pois a funcionalidade irá ligar-se com soluções similares que estão a ser desenvolvidas lá fora.

A ideia passa por disponibilizar esta solução aos bancos e outras instituições financeiras para que estas incorporem a funcionalidade nas suas aplicações e sites, e assim colocando-a ao dispor dos clientes.

A perspetiva é que esta funcionalidade fique disponível para os prestadores de serviços de pagamento no primeiro trimestre do próximo ano, de acordo com o Banco de Portugal.

Esta nova funcionalidade foi revelada em primeira mão pelo administrador do Banco de Portugal, Hélder Rosalino, no encerramento da conferência “New Money”, organizada pelo ECO no mês passado. Na altura, Rosalino deu conta dessa novidade e de outra: a confirmação do beneficiário, em que será possível ao utilizador verificar se o beneficiário da sua transferência corresponde ao beneficiário pretendido e evitar assim o envio de fundos para destinatários errados ou eventuais situações de fraude.

Com estas duas soluções, o Banco de Portugal, que além de regulador da banca, também é responsável pela regulação, fiscalização e promoção de um bom funcionamento dos sistemas de pagamentos, quer melhorar a usabilidade e segurança das transferências imediatas, de modo a massificar este instrumento de pagamento tanto junto de particulares como de empresas.

Em 2022, foram realizadas apenas 9,4 milhões de transferências imediatas, com um valor total de 13,9 mil milhões de euros, representando menos de 1% do total de operações processadas no ano passado e pouco mais de 2% do montante total.

Ao contrário das transferências a crédito, que demoram 24 horas a concretizarem-se, as transferências imediatas são praticamente instantâneas de uma conta para a outra.

Na conferência “New Money”, Hélder Rosalino revelou que o próprio Banco de Portugal vai dar o exemplo e vai passar a pagar os salários aos trabalhadores e as faturas dos fornecedores através de transferências imediatas.

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