Exclusivo Passageiros têm crédito de 736 milhões em voos na TAP

Companhia triplica para 25,3 milhões de euros o montante da provisão para a fazer face a indemnizações a passageiros que estão em processamento.

O crescimento das vendas de bilhetes da TAP refletiram-se num aumento de 15% no montante dos créditos que os passageiros têm junto da companhia, que no final do ano passado somavam 736 milhões de euros. Já o valor dos vouchers atribuídos devido aos cancelamentos durante a covid-19 baixou significativamente.

Quem viaja compra habitualmente o bilhete com antecedência e isso reflete-se nas contas das companhias aéreas. No caso da TAP, no final do ano passado os passageiros tinham adiantado 675,2 milhões de euros à transportadora, mais 54% do que no final de 2021, mostra o relatório e contas. Uma soma equivalente a um quinto das receitas com a venda de passagens em 2022.

Àquele valor acrescem ainda os vouchers atribuídos pelo cancelamento de voos, que aumentaram exponencialmente em 2020 e 2021 por causa da pandemia. De forma a permitir a utilização dos vouchers, a TAP alargou o período em que podiam ser reclamados. Durante 2022, o montante teve uma redução significativa, baixando 70% dos 204 milhões para os 61,1 milhões. O que significa que muitos ou foram utilizados ou caducaram.

Juntando as passagens vendidas e não voadas com os vouchers, os créditos dos passageiros junto da TAP somam 736,3 milhões de euros no final de 2022, mais 15% do que no ano anterior.

A dimensão do número no contexto das contas da companhia leva a que o auditor tenha olhado com especial atenção para os chamados “documentos pendentes de voo”. “Face à expressão dos montantes em causa, bem como ao grau de julgamento inerente ao reconhecimento do rédito, este tema constituiu uma matéria relevante para efeitos da nossa auditoria”, explica a PwC que considerou, no entanto, adequadas as demonstrações financeiras a este respeito.

O ano de 2022 ficou marcado por inúmeros atrasos e cancelamentos, sobretudo no período do verão, em que o aeroporto Humberto Delgado e muitos na Europa estiveram congestionados e sofreram constrangimentos devido à falta de pessoal. Essa realidade é também visível nas contas da TAP.

A companhia aérea mais do que triplicou a provisão para fazer face a indemnizações de passageiros, sujas reclamações se encontram a ser processadas pelo Grupo. O montante posto de lado pela TAP para esta circunstância passou de 7 milhões de euros no final de 2021 para 25,3 milhões a 31 de dezembro de 2022, um aumento de 261%.

A TAP terminou o exercício de 2022 com lucros de 65,6 milhões de euros e receitas de 3,5 mil milhões, um novo recorde. O resultado operacional saltou para uns inéditos 268,2 milhões.

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