Marcelo foi a Estrasburgo deixar oito prioridades para a Europa. Saiba quais são

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Maio 2023

Da urgência da paz na Europa à aceleração da recuperação económica, à atenção aos jovens ou ao combate às alterações climáticas, o Chefe de Estado enumerou as questões essenciais para o futuro da UE.

“Portugal estava, está e estará na primeira linha da defesa da Europa e da União Europeia”. Foi este o mote de Marcelo Rebelo de Sousa para o seu discurso diante dos eurodeputados, a quem pediu urgência para tratar das “questões essenciais” da Europa, que são “uma, mais sete”, quando falta apenas um ano para as próximas eleições europeias.

A questão mais urgente é “garantir que, da guerra, (…) possa sair uma paz legal, justa e moral, respeitando o direito internacional e os direitos humanos, prevenindo novas guerras, dando novo futuro a quem hoje vive na incerteza pessoal, económica e social“, afirmou o Presidente da República, esta quarta-feira, no Parlamento Europeu.

Marcelo Rebelo de Sousa na sessão plenária em Estrasburgo© European Union 2023

Uma vez garantida essa paz, Marcelo considera existirem sete questões de “médio e longo prazo” a ter em conta:

  • O papel da UE no pós-guerra: “Quer a União sair no pós-guerra e pós-recuperação económica sustentável como efetiva potência global? A minha resposta é simples: o maior, o mais forte possível, só possível em unidade; senão acabará por ser o menor, o mais fraco possível”;
  • Política de alargamento: “De que UE estamos a falar com o alargamento, e, se sim, como e em que termo? A minha resposta é sim: com alargamento, dentro do melhor possível, isto é, com a melhor preparação política, institucional, económica e financeira possível”;
  • Poder económico: “A UE com que poder económico — o que significa com que capacidade de recuperação e consolidação económica social?”. É preciso “pensar naquilo que está a sacrificar milhões de europeus, acelerar a recuperação da economia, não minimizar (…) os efeitos políticos da inflação”.
  • Governação económico-financeira: “A UE com que linhas mestras de governação económica financeira de longo prazo, sobretudo se pensarmos no alargamento a mais Estados-membros e nas suas legítimas expectativas quanto aos fundos europeus? A minha resposta é: não adiar a clareza na definição dessas linhas mestras económicas financeiras para o futuro, porque se adiarmos essa definição tudo ficará mais pesado e atribulado para resolver mais tarde”.
  • Acordos com outros continentes: “A UE com que política de relacionamento com os outros continentes — o que é mais vasto do que apenas política de migrações? A UE quer ficar distante, fechada sobre si mesma por causas antigas e recentes, como a pandemia e a guerra, ou quer ser ativa, antecipatória, aberta? A UE não pode esquecer que noutros continentes está difícil de se compreender que esta guerra não é europeia, é global; não pode esquecer ou congelar por egoísmos fúteis parcerias e acordos com continentes fundamentais para ela, como África, América Latina e nalguns aspetos a Ásia. Não pode adiar aquilo que a prazo só criará problemas nas migrações e na compreensão do peso da Europa no mundo. Os egoísmos nacionais têm de ceder perante os valores da UE.”
  • UE na frente da transição energética e no combate às alterações climáticas: “A UE quer ou não continuar pioneira do clima, na transição energética, no digital, no conhecimento, na ciência, na tecnologia? Ou prefere esperar pelo fim deste período, desta conjuntura que se vive, para enfrentar estes desafios. A minha resposta é: não são separáveis as questões. Uma potência global como a UE quer ser tem de ser pioneira no clima, na ciência, na tecnologia, no conhecimento, no digital, na energia. Se não for, ficará para trás.”
  • Jovens: “A UE atenta à juventude, à solidariedade entre gerações, à mudança geracional nos sistemas económicas e sociais ou [será] lenta a renovar, contrastando com outras sociedades e continentes que são jovens e por isso mais rápidas a agir ou antecipar? Não tenho dúvidas, a resposta só pode ser: a UE tem de acelerar a mudança geracional (…), tem de apostar na juventude.”
Marcelo Rebelo de Sousa e Roberta Metsola© European Union 2023

Nesse sentido, o Chefe de Estado considerou que “o tempo urge e a Europa não pode perder tempo” para fazer cumprir os desígnios da UE. O Parlamento Europeu “não pode ficar apenas pelas ideias abstratas, um ou outro grupo de trabalho, deleitando-se com debates de pormenores institucionais que não dizem nada ao dia-a-dia dos europeus”, rematou, alertando que “só se ganha o futuro vendo a médio e longo prazo”.

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