Exclusivo Francesa Alenia entra em Portugal. “É um dos centros de TI mais atrativos, uma vantagem na atração de talento internacional”
Atrair talento internacional para Portugal "é também um dos nossos pilares de recrutamento", diz Skander Oueslati, responsável pela Alenia de Portugal e Espanha, ao ECO Trabalho.
Depois de França, Reino Unido e Espanha, a francesa Alenia prepara-se para arrancar com operação em Portugal e quer contratar 15 colaboradores. A médio prazo, o objetivo da consultora de serviços de IT, que tem como clientes o BNP Paribas, o Santander ou o grupo La Poste, é tornar-se líder na produção de TI no mercado português.
“No âmbito da nossa expansão internacional e depois de lançarmos a Alenia em Espanha, no ano passado, decidimos começar a aventura em Portugal este ano. Apaixonámo-nos pelo país, pelas pessoas e pela qualidade do talento quando começámos a trabalhar com clientes em Lisboa e no Porto, principalmente bancos”, justifica Skander Oueslati, responsável pela Alenia de Portugal e Espanha, ao ECO Trabalho.
O arranque da operação em Portugal surge, de resto, já em parceria com uma instituição financeira. “Estamos agora a iniciar um grande projeto: uma academia de 15 recursos, desenvolvida em parceria com o BNP Paribas“, refere o responsável.
O objetivo é contratar 15 estagiários para um contrato de pré-emprego. “Durante os primeiros seis meses os estagiários vão receber formação em suporte de aplicações informáticas e em gestão de produção, no âmbito do ecossistema do BNP Paribas. De seguida, ser-lhes-á oferecida a possibilidade de passarem a um contrato permanente, no 7.º mês, para que possam ser contratados pela Alenia no âmbito do BNP Paribas”, explica Skander Oueslati.
“Para além deste importante projeto, pretendemos também desenvolver e expandir os nossos serviços a outros principais intervenientes, oferecendo-lhes o apoio de especialistas do mercado. As nossas competências vão centrar-se principalmente no suporte de aplicações, na especialização de dados e em projetos bancários (desenvolvimento, Devops, gestão de projetos…)“, adianta.
Skander Oueslati não adianta quantos colaboradores a empresa conta contratar até ao final do ano, mas nos planos da consultora, num setor que se debate com escassez de talento, passa por “desenvolver e fortalecer parcerias com Universidades e Escolas em Portugal“. E começam já no arranque.
“Estamos agora a começar uma parceria com o Centro de Formação e Especialização Tecnológica TechOf. Os treinos práticos que eles oferecem e a qualidade dos seus cursos académicos combinam perfeitamente com nossas expectativas”, refere o responsável.
Atrair talento internacional para Portugal
Mas, além de jovens talentos, a empresa está ainda a “procurar perfis experientes no mercado local, bem como internacionalmente, ou seja, talentos que procuram uma melhor qualidade de vida e trabalho e que estão dispostos a mudar-se para Portugal.”
Portugal é, atualmente, um dos centros de TI mais atrativos, por isso, acreditamos que esta é uma grande vantagem na atração de talento internacional.
Atrair talento internacional para Portugal “é também um dos nossos pilares de recrutamento”. “Portugal é, atualmente, um dos centros de TI mais atrativos, por isso, acreditamos que esta é uma grande vantagem na atração de talento internacional”, argumenta. “Para além de europeus e brasileiros, recrutamos também norte-africanos. Temos fortes parcerias com as principais universidades de TI da região e a sua qualidade da formação académica também está em linha com as nossas expectativas. No seio do Grupo Alenia, mais de 30% dos nossos talentos provêm de escolas norte-africanas. Por isso, a nossa estratégia é alargar este canal de aquisição de talentos também a Portugal“, reforça.
Os colaboradores encontram uma empresa que tem implementado um modelo híbrido de trabalho, com parte do tempo com trabalho à distância. Aliás, essa capacidade de trabalho remoto é “um dos primeiros requisitos para os talentos tecnológicos que procuramos”, garante Skander Oueslati. E explica porquê.
“Os nossos clientes estão a pedir aos seus trabalhadores que regressem ao escritório duas ou três vezes por semana, não mais. E nós concordamos com isto porque acreditamos ser muito importante poder trabalhar remotamente alguns dias por semana. Sabemos, com base na nossa experiência, que o trabalho à distância aumenta a eficiência dos nossos talentos e proporciona-lhes um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”, justifica.
A maioria dos colaboradores terá de se deslocar aos escritórios dos nossos clientes durante a semana, mas há a ainda a opção de “trabalhar nos nossos espaços de coworking internacionais. Temos vários espaços na Europa, incluindo Lisboa, e os nossos colaboradores têm acesso a qualquer um deles”.
Skander Oueslati mostra-se convicto na capacidade do modelo da empresa de atrair talento. “Acreditamos no nosso modelo, oferecendo uma nova experiência, melhores salários e, acima de tudo, concentrando-nos nos nossos valores: empatia, benevolência e humildade“, diz. “Na Alenia, o lado humano é a nossa prioridade. Temos também um modelo diferente dos nossos concorrentes: na Alenia, cada colaborador participa nos diferentes níveis de desenvolvimento da empresa: Recrutamento, Desenvolvimento de Negócios, Gestão de Relacionamento com o Cliente, Recursos Humanos… Isto permite que os nossos talentos vejam como é uma experiência intra-empresarial”, reforça.
Os nossos clientes estão a pedir aos seus trabalhadores que regressem ao escritório duas ou três vezes por semana, não mais. E nós concordamos com isto porque acreditamos ser muito importante poder trabalhar remotamente alguns dias por semana. Sabemos, com base na nossa experiência, que o trabalho à distância aumenta a eficiência dos nossos talentos e proporciona-lhes um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
“E o nosso modelo de bónus está alinhado com isto, ou seja, quanto mais os nossos talentos participarem no desenvolvimento da empresa, quanto mais nos ajudarem a crescer, mais bónus receberão”, refere ainda, destacando que na companhia o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal “é um pilar fundamental”.
“A maior parte de nós é jovem, temos um ambiente de trabalho muito bom e relações humanas fortes, reforçadas pelas várias atividades extraprofissionais em que nos envolvemos: desporto, viagens, cultura ou mesmo jantares regulares depois do trabalho!”, comenta.
40% dos colaboradores são mulheres
Num setor onde a paridade de género é um tema, na Alenia 40% dos colaboradores a nível global – cerca de 120 – são mulheres. “E o nosso objetivo é chegar aos 50% até ao final de 2024! A nossa cofounder e CEO, Marjane Mabrouk, que é uma mulher, estabeleceu este objetivo quando a Alenia foi fundada, em 2019 e, por isso, começámos desde cedo a meter em prática medidas e planos para atingir este goal.”
Skander Oueslati não revela o investimento feito pela empresa nesta entrada no mercado nacional, nem quanto conta vir a investir, mas a meta é ambiciosa. “O nosso objetivo a médio prazo é tornarmo-nos líderes na produção de TI no mercado português; reforçar o projeto da Academia de Produção TI; lançar novas promoções para os próximos anos, mas também desenvolver tudo isto com outros clientes“, aponta.
O profissional que, há dois anos se mudou para Espanha para liderar a operação local da Alenia, tem um objetivo: “fazer o mesmo (ou melhor) em Portugal: desenvolver uma empresa que replique o nosso ADN. Uma empresa onde as pessoas são felizes, onde as pessoas são a prioridade e onde o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é essencial. Como costumo de dizer às minhas equipas em Espanha, o meu objetivo é dar a cada um deles uma boa razão para se levantarem de manhã.”
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