Nova operadora Digi empurra lançamento em Portugal para 2024

Pela primeira vez, CEO da operadora romena avançou um calendário para o início das operações em Portugal e comentou estratégia de "preços acessíveis" que está a ser preparada.

Só no próximo ano é que os consumidores portugueses deverão passar a contar com uma nova empresa no cardápio das telecomunicações. Os romenos da Digi, que compraram licenças 5G no leilão da Anacom, confirmaram que apenas irão lançar as primeiras ofertas comerciais em Portugal no início de 2024.

A informação foi avançada esta segunda-feira numa conferência de imprensa pelo CEO da Digi Communications, Serghei Bulgac, em resposta a questões colocadas pelo ECO. Minutos antes, o gestor tinha afirmado que “o desenvolvimento em Portugal está a acelerar”.

Para a Digi, a semana começou com a apresentação de resultados trimestrais e, pela primeira, vez, Portugal merece um parágrafo no relatório: “Estamos no processo de desenvolver as redes fixa e móvel e vamos iniciar as operações mais tarde”, lê-se no documento, que confirma, assim, uma notícia dada pelo ECO há um ano: além do 5G, a Digi vai lançar ofertas fixas em fibra ótica.

Também pela primeira vez, o gestor aceitou fazer comentários sobre a estratégia que está a ser preparada para Portugal. “A nossa estratégia é alta qualidade, serviços de telecomunicações modernos usando as últimas tecnologias, e preços acessíveis. Se os preços serão como em Espanha ou na Roménia, no meio ou ainda melhores, iremos decidir mais tarde. Esperamos é ter preços acessíveis”, afirmou.

Serghei Bulgac não quis dizer quantos trabalhadores a Digi já tem em Portugal, mas fez referência à parceria assinada no passado mês de setembro com a Cellnex, através da qual deverá ter acesso a milhares de torres em todo o território. Esse processo está em “fase avançada”.

A Digi pagou 67 milhões de euros pelas licenças 5G que conseguiu comprar no leilão de espetro da Anacom. Nos resultados trimestrais, o grupo só reporta as despesas operacionais em Portugal em conjunto com as do mercado italiano, que se agravaram, no seu conjunto, de 6,9 milhões de euros entre janeiro e março de 2022 para 8,8 milhões nos mesmos três meses deste ano.

Em janeiro de 2022, antes do início da guerra na Europa, o ECO noticiou que a Digi tinha intenções de lançar as primeiras ofertas no segundo semestre desse ano, o que não se verificou. A chegada da Digi ao país é aguardada com grande expectativa por consumidores e concorrentes. Na semana passada, a líder da Meo e o líder da Nos admitiram esperar que a Digi concorra em Portugal pelo preço, o que poderia desencadear uma guerra de preços num mercado onde as três principais empresas do setor têm ofertas com características e custos bastante semelhantes.

“Penso que [a Digi vai] competir pelo preço e, obviamente, para nos desafiar. É uma grande incógnita o posicionamento estratégico desse novo operador. Tem-se ouvido pouco. Não sabemos os objetivos, o que o traz ao mercado, qual o seu posicionamento. Já entraram vários e iremos competir pela melhor qualidade de serviço”, afirmou a CEO da Altice Portugal, Ana Figueiredo, no debate anual dos líderes das principais empresas de telecomunicações, inserido no congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).

Já o CEO da Nos, Miguel Almeida, admitiu que, “no curto prazo”, a entrada da Digi no mercado se “traduza em preços mais baixos, porque é absolutamente essencial para quem tem zero de quota ganhar escala mínima”.

No entanto, Miguel Almeida defendeu que “não há espaço para mais operadores” e vaticinou que a Digi acabará, por isso, por ser alvo de consolidação. “É evidente a criação de valor económico para quem faz essa jogada. Quem faz uma jogada destas, de criação de valor acionista, entra, destrói, faz confusão e, para sair, vai ser remunerado por isso. É uma ilusão de benefício para o consumidor”, rematou.

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