Quase 60% dos desempregados continuavam sem trabalho no primeiro trimestre

Ao mesmo tempo, 23,3% dos desempregados do quarto trimestre do ano passado encontraram trabalho no primeiro trimestre de 2023, e 19,8% transitaram para a inatividade.

Entre o quarto trimestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023, 57% das pessoas que estavam desempregadas continuaram sem emprego, o que corresponde a 195,3 mil pessoas. Ao mesmo tempo, 23,3% dos desempregados (79,7 mil pessoas) arranjaram trabalho durante os primeiros três meses do ano e 19,8% (67,7 mil pessoas) transitaram para a inatividade, revelam os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

do total de pessoas empregadas no quarto trimestre de 2022, 96,3% — ou seja, 4.723,2 mil pessoas — permaneceram empregadas no primeiro trimestre, enquanto 1,6% (80,6 mil pessoas) transitaram para o desemprego e 2,0% (99,2 mil pessoas) passaram para a inatividade.

A percentagem de pessoas que permaneceram empregadas, mas que mudaram de emprego, aumentou 0,2 pontos percentuais (p.p.) em relação ao último trimestre, fixando-se nos 3,8% (177,7 mil pessoas).

Feitas as contas, os dados divulgados pelo INE revelam que o fluxo líquido do emprego em Portugal no período em análise foi positivo e estimado em 21,8 mil pessoas. “Da mesma forma, o fluxo líquido do desemprego foi de sinal positivo e estimado em 37,6 mil pessoas, o que resulta do total de pessoas que transitaram para o desemprego (185,0 mil) ter sido superior ao total das que saíram desse estado (147,4 mil)”, resume o gabinete.

Homens com ligeiramente maior facilidade em voltar a trabalhar

Os homens tiveram ligeiramente maior facilidade em voltar a trabalhar. Dos que estavam desempregados, 24,5% dos homens e 22,1% das mulheres transitaram para o emprego. Mas a maioria em ambos os géneros — 58,6% dos homens desempregados e 55,6% das mulheres desempregadas — permaneceu no desemprego.

Menos trabalhadores por conta própria

Do último trimestre de 2022 para o primeiro trimestre de 2023 verificou-se também uma diminuição do trabalho por conta própria: das pessoas que tinham trabalho por conta própria, 10,5% (72,9 mil pessoas) passou a trabalhar por conta de outrem. Em contrapartida, 1,8% (73,4 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta de outrem transitaram para um trabalho por conta própria.

Além disso, 21% das pessoas que se encontravam desempregadas — o que corresponde a 71,8 mil pessoas — também passaram a trabalhar por conta de outrem. Por fim, transitaram para a inatividade 1,6% (65,7 mil) das pessoas que tinham um trabalho por conta de outrem e 3,3% (22,7 mil) das que tinham um trabalho por conta própria.

Quanto ao tipo de contrato laboral, 21% (151,4 mil pessoas) dos trabalhadores por conta de outrem que, no quarto trimestre de 2022, tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato passaram a ter um contrato sem termo no primeiro trimestre de 2023.

“A percentagem de trabalhadores por conta própria que, no primeiro trimestre de 2023, transitaram para a situação de trabalho por conta de outrem aumentou 0,7 p.p. em relação ao trimestre anterior e 0,9 p.p. comparativamente ao mesmo período do ano anterior.”

Já entre as pessoas que, no último trimestre de 2022 tinham um emprego a tempo parcial, 17,1% (66,1 mil pessoas) passaram a trabalhar a tempo completo durante o primeiro trimestre de 2023.

Mais mudanças de trabalho

A percentagem de pessoas que permaneceram empregadas, mas que mudaram de emprego, fixou-se nos 3,8% (177,7 mil pessoas), o que se traduz num aumento de 0,2 p.p. nos primeiros três meses de 2023 face aos últimos três do ano anterior, sugerindo uma maior rotatividade nas empresas.

“Este indicador inclui as pessoas que, não tendo mudado diretamente de um emprego para outro, possam ter estado, no intervalo de um trimestre, temporariamente desempregadas ou inativas antes da mudança para um novo emprego. Exclui, contudo, as pessoas cujos contratos de trabalho foram renovados com as empresas onde trabalhavam ou com empresas de trabalho temporário, por não constituírem uma mudança de empregador. A proporção dos que mudam de emprego num trimestre é dada pela relação entre a população empregada que muda de emprego e o número de pessoas que permanecem empregadas, no espaço de um trimestre”, esclarece o INE.

(Notícia atualizada com mais informação às 12h16)

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