Portugal disponível para formar pilotos mas descarta envio de F-16 para a Ucrânia
"Portugal não tem um número ilimitado de aviões", diz Gomes Cravinho, que afasta o envio de F-16 para a Kiev uma vez que é necessário cumprir as "obrigações nacionais e também na NATO".
O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou esta segunda-feira que Portugal está disponível para dar formação a pilotos ucranianos na utilização dos caças F-16, afirmando ainda que para já não há disponibilidade para enviar aeronaves.
“Portugal está aberto a essa possibilidade. Nós temos pilotos e formadores muito bons, e estão disponíveis para trabalhar com colegas de outros países que têm também F-16 para dar formação a pilotos ucranianos“, disse João Gomes Cravinho, à saída de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), em Bruxelas.
Enviar os F-16 que a Força Aérea Portuguesa tem é uma “questão que não está em cima da mesa”, acrescentou o ministro, explicando que “Portugal não tem um número ilimitado de aviões”.
“Temos aqueles de que precisamos para cumprir as nossas obrigações nacionais e também na NATO, portanto, para já essa questão não se coloca”, afirmou o chefe da diplomacia portuguesa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros disse, por outro lado, esperar as novas sanções da União Europeia à Rússia aprovadas no final de junho, na cimeira europeia, admitindo que os 27 olhem para uma lista submetida por Kiev de empresas a sancionar.
“Está-se a trabalhar para isso. Naturalmente que é um processo negocial que está em curso e, portanto, é sempre difícil de prever, mas a nossa esperança é que sim”, disse João Gomes Cravinho, quando questionado se o 11.º pacote de sanções da União Europeia (UE) à Rússia estará pronto para ser aprovado pelos líderes europeus na cimeira de final de junho.
O governante apontou que “há muitas matérias de pormenor que estão em discussão e que ainda não cristalizaram o suficiente”, nomeadamente questões relacionadas com a identificação dos “melhores mecanismos para evitar a evasão de sanções”.
Já quando questionado sobre a disponibilidade da UE para sancionar empresas de países terceiros que apoiem a Rússia na guerra na Ucrânia, nomeadamente entidades que figuram numa lista submetida por Kiev, João Gomes Cravinho apontou que “houve uma discussão em torno dessa temática e isso voltará a ser analisado” noutra ocasião.
Ainda assim, “é uma lista que os ucranianos submetem à UE”, pelo que o bloco comunitário “logo verá se essa lista pode ser absorvida na sua totalidade, se algumas empresas têm justificação para aquilo que estão a fazer”, ressalvou o chefe da diplomacia portuguesa.
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