Mais de 50% dos executivos não percebe termos de cibersegurança

  • ECO Seguros
  • 30 Maio 2023

Estudo da Kaspersky alerta que embora mais de 50% dos executivos de topo portugueses considerem ciberameaças um risco importante, não dominam termos relativos a cibersegurança.

Cerca de 47% dos executivos de topo globais considera que a linguagem utilizada em cibersegurança é o maior obstáculo à compreensão das questões de segurança por parte da sua equipa de gestão.

Um estudo da Karspersky, empresa de proteção digital sediada no Reino Unido, interrogou 1800 executivos de empresas com mais de 1000 trabalhadores, em 13 países, 200 dos quais em Portugal. O inquérito ‘Separados Por uma Linguagem Comum: Podem os Executivos de C-level decifrar e agir perante a ameaça real dos ciberataques?’ concluiu que 52% dos gestores portugueses inquiridos considera que os ciberataques são o maior risco enfrentado pelas suas empresas, à frente dos fatores económicos, que alcançam 33%. No entanto, o interesse não é suficiente para que dominem os termos relativos à cibersegurança.

Entre os inquiridos portugueses, 30% dos executivos de C-level portugueses não compreendem o termo “ataques de phishing“, 34% consideram a palavra malware” confusa, 29% não percebem a expressão “ataques à cadeia de abastecimento” e 28% dizem o mesmo em relação a “ataques de ransomware.

“São resultados preocupantes, tendo em conta que os ataques de ransomware duplicaram em 2022 em todo o mundo, tendo os especialistas da Kaspersky avisado, no início deste ano, que a tendência ascendente continuaria em 2023“, escreve a empresa tech em comunicado.

Apesar de a totalidade dos inquiridos estar consciente da frequência com que as suas empresas são atacadas por agentes de ameaças, apenas 44% dos executivos afirmaram que a cibersegurança está sempre na agenda das suas reuniões, em comparação com os 51% que admitiram que este tema só faz parte da agenda “às vezes”.

Por dimensão da organização, 55% das empresas com entre 1.000 e 1.999 colaboradores em Portugal afirmam que a cibersegurança é sempre um tema nas suas reuniões, em comparação com 41% das organizações com entre 2.000 e 2.999 trabalhadores e os 25% das empresas com mais de 5 mil colaboradores. Quanto maior é a empresa, menor é a presença da cibersegurança na agenda das reuniões executivas.

Quando questionados sobre que medidas de cibersegurança são mais importantes para a sua organização, 43% dos inquiridos portugueses indicou a segurança da cadeia de abastecimento, 42% a segurança dos dados gerados pela empresa e 38% as ameaças internas, perda de dados e níveis de acesso aos dados.

“Embora as equipas de gestão sénior considerem os ciberataques o maior risco para o seu negócio, a dificuldade em compreender a natureza das ameaças significa que não é uma prioridade ao nível da direção”, de acordo com David Emm, Analista de Segurança Principal da Kaspersky.

“Isto significa que muitas vezes são tomadas decisões críticas sem uma imagem clara do cenário de ameaças, o que coloca negócios em risco. A linguagem inibe a capacidade das organizações de estabelecerem uma cultura de melhores práticas de cibersegurança, partilharem conhecimentos e implementarem inteligência de ameaças acionável”, sublinhou o especialista.

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