Chefe de gabinete de Medina vai para administrador do BERD

José Maria Brandão de Brito, nomeado por Mário Centeno em 2017 para substituir Abel Mateus, já abandonou o cargo, mas a exoneração de Carlos Domingues ainda não foi publicada em Diário da República.

O chefe de gabinete do ministro das Finanças, Carlos Domingues, vai ser o novo administrador, por Portugal, no Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), substituindo José Maria Brandão de Brito que exercia o cargo desde 2017, apurou o ECO.

Portugal é membro fundador do BERD (4 de maio de 1991), detendo 0,42% do capital, que totaliza 30 mil milhões de euros. Desde a sua fundação, o BERD já financiou Investimento Direto Estrangeiro (IDE) de empresas portuguesas no montante de 680 milhões de euros, o que representa um total de cerca de 1,8 mil milhões de IDE (outflows).

Desde 2020 que o número de projetos financiado pelo BERD tem vindo a aumentar, mas os 431 projetos financiados o ano passado estão aquém dos 452 de 2019. De acordo com as estatísticas do GPEARI, 44% dos apoios foram para empresas do setor financeiro e 30% para as infraestruturas.

O banco, liderado pela francesa Odile Renaud-Basso, tem por objetivo financiar projetos de assistência técnica e ações de reforço do relacionamento comercial com empresas portuguesas.

José Maria Brandão de Brito – que foi nomeado por Mário Centeno a 1 de julho de 2017 para substituir Abel Mateus que exercia o cargo desde 2011 – já abandonou o cargo, em Londres, já que o seu segundo mandato terminou a 30 de junho. Mas a exoneração de Carlos Domingues ainda não foi publicada em Diário da República. O ECO questionou o Ministério das Finanças sobre esta nomeação, mas não obteve qualquer resposta até à publicação deste artigo.

O jurista foi chefe de gabinete de João Leão, enquanto secretário de Estado do Orçamento e ministro das Finanças, quando este sucedeu a Mário Centeno. Foi subdiretor-geral da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) e trabalhou como técnico especialista no gabinete de Vieira da Silva, o ministro do Trabalho e Segurança Social “com a função de acompanhamento da legislação laboral e negociação coletiva”.

Foi também jurista e assessor do conselho de administração da MOBI.E e consultor externo/consultor sénior para as questões laborais da Capgemini. É licenciado em Direito pela Universidade Católica do Porto e tem uma pós-graduação em Legística e Ciência da Legislação pelo Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Universidade de Lisboa.

Carlos Domingues foi ainda coordenador do departamento de compliance do INTELI e auditor de Defesa Nacional no Instituto de Defesa Nacional para além de outras passagens pelos governos de José Sócrates como adjunto jurídico/chefe de gabinete em substituição e assessor jurídico de Vieira da Silva, tendo sido um dos membros da equipa redatora do “Acordo Tripartido para um Novo Sistema de Regulação das Relações Laborais, das Políticas de Emprego e da Proteção Social em Portugal em Concertação Social”.

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