Fintechs de pagamento querem vender Certificados de Aforro

Easypay e Eupago adiantaram ao ECO que estão interessadas em comercializar Certificados de Aforro, com a promessa de um serviço mais acessível para as famílias e mais barato para o Estado.

As instituições de pagamento também estão interessadas em comercializar Certificados de Aforro, isto depois de o Governo ter aberto essa porta quando lançou a nova série de certificados no início do mês passado.

A Easypay e a Eupago adiantaram ao ECO que ainda aguardam pelas condições de comercialização, mas acreditam que podem utilizar o seu know-how na tecnologia de pagamentos para tirar partido de uma área que praticamente estagnou em termos de desenvolvimento tecnológico nos últimos anos.

“Queremos entrar num novo mercado. Prestamos apenas serviços às empresas, mas queremos também alargar os nossos serviços aos particulares. Podemos fornecer um serviço que permita ao cliente comprar certificados com maior facilidade e confiança”, explicou o CEO da Easypay, Sebastião Lancastre.

“Com as instituições de pagamento, o Estado ganha mais canais de distribuição”, referiu Sebastião Lancastre, sublinhando que, apesar de ainda não conhecer as condições, “pode ser mais competitivo no preço.” “Em comparação com os CTT, não precisaremos de um balcão e de um funcionário para comercializarmos os certificados”, disse.

Sebastião Lancastre escreveu um artigo de opinião no ECO em que elencou as vantagens que as instituições de pagamento poderão trazer para o consumidor. Por exemplo, vão facilitar o acesso aos certificados “sem abdicar da segurança” e possibilitar que os emigrantes possam usar as suas contas lá fora para aplicarem as suas poupanças nos certificados, segundo o líder da fintech portuguesa.

A perspetiva da Eupago é a mesma. “Com a nossa experiência no desenvolvimento de soluções tecnológicas na área dos pagamentos, podemos automatizar todos os processos nos certificados, desde a subscrição ao resgate”, apontou o responsável pelo desenvolvimento de novos negócios, José Carlos Tomás.

“A nossa equipa é composta por programadores, portanto, para nós é relativamente mais simples montar um processo automatizado do que é para os bancos. Estamos ainda na expectativa”, disse José Carlos Tomás.

Atualmente, a subscrição de Certificados de Aforro pode ser realizada através do site AforroNet, nos balcões dos CTT ou num dos seis Espaços do Cidadão.

O IGCP, instituto público que faz a gestão da dívida pública, tem neste momento em curso “um projeto global de transformação digital” que inclui melhorar a plataforma AforroNet e uma aplicação para telemóveis que não existe atualmente que visa facilitar a subscrição de certificados, como avançou o ECO.

Os Certificados de Aforro tornaram-se num autêntico fenómeno junto das famílias devido à forte subida da sua remuneração no último ano (3,5% acrescidos de um prémios de manutenção) e à diferença face à taxa de juro média praticada pelos depósitos bancários.

O investimento nestes produtos de dívida pública desenhados para o retalho aumentou quase 12 mil milhões entre janeiro e maio, antes de o Governo ter decidido acabar com a Série E e lançar uma nova série com taxas de juro mais baixas já nos primeiros dias de junho.

Quando anunciou a Série F, no dia 2 de junho, o Executivo alargou a possibilidade de distribuição dos Certificados de Aforro aos bancos e às instituições de pagamento que estejam inscritos no Banco de Portugal.

A medida foi recebida com surpresa pelos bancos, que indicaram que analisarão a comercialização dos certificados quando forem conhecidas as condições de venda, isto apesar de serem um concorrente dos depósitos.

Para os CTT, a corrida aos certificados tem sido uma das grandes alavancas do crescimento das receitas, particularmente este ano, graças ao comissionamento que cobra ao Estado por cada título vendido.

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