Bancos portugueses tiveram em 2022 o melhor resultado dos últimos 15 anos

Mais juros e menos imparidades: os lucros dos bancos em Portugal dispararam no ano passado para 2,97 mil milhões de euros. Foi o melhor resultado desde a crise financeira de 2007.

Os lucros dos bancos em Portugal dispararam 50% no ano passado, para 2,97 mil milhões de euros. Foi o melhor resultado desde a crise financeira global de 2007, de acordo com os cálculos do Banco de Portugal.

Este resultado foi alcançado graças ao aumento da margem financeira – a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – e também pelo registo de menos imparidades e provisões, explica o supervisor liderado por Mário Centeno, que atualizou esta quarta-feira as séries longas do setor bancário português.

Foi o quinto ano seguido em que o setor registou resultados positivos e segue-se ao período mais negativo da banca em Portugal entre 2011 e 2017, em que acumulou prejuízos de 13,7 mil milhões de euros e em que se assistiu à queda de duas instituições (BES e Banif). Desde então, os bancos melhoraram e acumularam lucros de 8,3 mil milhões.

Em 2022, os resultados aceleraram devido à subida das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), que possibilitou aos bancos aumentarem a margem financeira em 1,38 mil milhões de euros para 7,5 mil milhões, o valor mais elevado desde 2011.

O aumento da margem “ocorreu num contexto em que as taxas de juro dos empréstimos tiveram uma resposta mais rápida à subida dos juros nos mercados interbancários do que as taxas de juro dos depósitos”, frisa o Banco de Portugal. No final do ano passado, a diferença entre essas taxas era de 3,3 pontos percentuais, “o valor mais elevado desde 2003, ano inicial das séries de taxas de juro divulgadas”.

Por outro lado, os bancos também registaram uma diminuição de cerca de 600 milhões de euros dos custos com a constituição de imparidades e de provisões”, o que contribuiu para a melhoria das contas no ano passado.

Os dados do Banco de Portugal mostram ainda que em 2022 se manteve a racionalização de recursos do setor bancário”, com uma redução de 196 balcões para 4.626 balcões. “O número de balcões relacionados com a atividade doméstica tem vindo a diminuir, de forma ininterrupta, desde 2010, totalizando menos 3.090 balcões (48%)”, revela o Banco de Portugal.

Já os quadros dos bancos contam com mais 119 trabalhadores, contrariando a tendência de redução dos últimos anos. Esta evolução positiva “é explicada pelo aumento de trabalhadores de um banco que, apesar de localizado em Portugal, tem a atividade orientada para a prestação de serviços a uma escala global”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Bancos portugueses tiveram em 2022 o melhor resultado dos últimos 15 anos

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião