Getir anuncia saída “ordenada” do mercado português
Além de Portugal, Espanha e Itália são outros dois mercados do Sul da Europa onde a unicórnio está a fechar operações.
A Getir está de saída do mercado português, acaba de anunciar a empresa de entregas ultrarrápidas. Espanha e Itália são outros dois mercados onde a unicórnio pretende “terminar as suas operações, de forma ordenada”. A empresa operava em Portugal desde outubro de 2021.
“A Getir, pioneira na entrega ultrarrápida de compras, anunciou que pretende terminar as suas operações, de forma ordenada, em Espanha, Itália e Portugal”, informa a empresa em comunicado.
“A retirada da Getir destes três mercados permitir-lhe-á concentrar os seus recursos financeiros nos mercados existentes, onde as oportunidades de rentabilidade operacional e de crescimento sustentável são mais fortes”, justifica a unicórnio de entregas turca.
“A Getir está muito grata pelo trabalho árduo e pela dedicação de todos os seus colaboradores em Espanha, Portugal e Itália”, refere ainda.
A empresa de entregas diz estar a “finalizar uma ronda de financiamento e continuará a operar no Reino Unido, nos EUA, na Alemanha, nos Países Baixos e na Turquia, que geram 96% das receitas da empresa“.
Fecho em Portugal segue-se a ERE em Espanha
O fecho da operação em Portugal segue-se à decisão, no final de junho, de avançar em Espanha com o despedimento de cerca de 1.500 pessoas, a totalidade da equipa, através de um “expediente de regulácion de empleo” (ERE). Na época, a Getir prometia “envidar os seus melhores esforços para esgotar qualquer via que possa surgir durante a negociação”, depois de ter iniciado com os trabalhadores negociações com vista ao despedimento coletivo, noticiou o El País. (conteúdo em castelhano, acesso não condicionado).
O antecipado fecho em Espanha — mercado onde operava em Madrid, Barcelona, Málaga, Valência, Sevilha e Saragoça — criou receios relativamente à capacidade da operação em Portugal se manter. Em junho, quando foi notícia o processo de reestruturação — ainda não era conhecido o desfecho –, em Portugal fonte oficial afirmava ao Trabalho by ECO que “a decisão da Getir afeta apenas e exclusivamente a sua operação em Espanha.”
No entanto, fontes do mercado apontavam a interdependência das duas operações e que a companhia estaria já a falar com os fornecedores para não fazer mais encomendas para as darkstores, os mini-armazéns a partir dos quais saem as encomendas feitas na aplicação.
Em Portugal, há um ano, a empresa já tinha feito “ajustes”, tal como tinha avançado o ECO. “Devido à época de verão e à mudança de hábitos das pessoas nesta altura, a empresa tem focado o seu atendimento em menos lojas, continuando a prestar serviço em quase todas as áreas onde anteriormente já operava. Esta decisão implicou alguns ajustes devido às necessidades do negócio e alguns contratos a termo não foram renovados”, adiantava fonte oficial.
Na época a companhia não adiantou quantos trabalhadores teriam sido impactados pelo foco no “atendimento em menos lojas”, nem comentou os números apurados junto a fontes do mercado que davam conta que as medidas terão impactado cinco da dezena de lojas da Getir em Portugal, afetando a área de operações: dark stores (gerentes e pickers) e estafetas, ou seja, entre 20-30% dos colaboradores, cerca de 40 pessoas.
A companhia na altura tinha cerca de 200 colaboradores. Até ao momento não foi possível obter junto da companhia quantos trabalhadores são afetados com a “saída controlada”.
Fundada em 2015 em Istambul, por Nazim Salur, a Getir entrou em Portugal em outubro de 2021, depois do Reino Unido (janeiro de 2021), Holanda (maio de 2021), Alemanha e França (junho de 2021) e Espanha e Itália (setembro 2021), tendo-se seguido os EUA.
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