É diretor de recursos humanos? Algumas soluções para agilizar o dia a dia

Necessidades de suporte IT a toda a hora? Reembolso de despesas? Talentos internacionais que precisam de apoio no processo de emigração? Estas soluções prometem facilitar cada um destes desafios.

Necessidades de suporte IT a toda a hora, sobretudo com os modelos de trabalho remoto e híbrido. Reembolso das despesas adiantadas pelos colaboradores. Talentos internacionais que necessitam de acompanhamento e apoio em todo o processo de emigração. Estes são apenas alguns dos desafios que se colocam atualmente aos departamentos de recursos humanos e para os quais há soluções tecnológicas que prometem dar resposta.

Ajudar as equipas de recursos humanos a enfrentarem os desafios diários da gestão de pessoas e, em alguns casos, contribuir para a atração e retenção de talento, é o que propõem algumas das soluções tecnológicas já disponíveis no mercado.

O Trabalho by ECO reuniu algumas soluções — das várias que já existem no mercado — que podem facilitar o seu trabalho diário.

Uma extensão da equipa de IT

Destinado a apoiar as organizações a gerirem as necessidades de apoio técnico e a oferecerem serviços digitais sem fricções, o Service Desk da Experis é uma espécie de uma extensão da equipa de IT da empresa. Focado na resolução de incidências de hardware, software ou mesmo de equipamento POS (pontos de venda), o serviço está disponível em mono ou multi-idioma (mais de 20 línguas).

“Hoje, os profissionais acedem a uma maior diversidade de aplicações e dispositivos que devem estar sempre disponíveis e operacionais, quer sejam estes ferramentas corporativas ou da propriedade do utilizador, e independentemente dessa utilização se verificar no local de trabalho, em casa ou no exterior. Ao mesmo tempo, as áreas de IT sentem uma grande pressão para minimizar o custo do downtime para a empresa, enquanto lidam com pedidos de maior complexidade e são solicitadas para oferecer um contributo cada vez mais importante para a transformação digital de empresas e negócios”, dizia Nuno Ferro, operations director da Experis Portugal, aquando do lançamento deste novo serviço.

Estes dois cenários, aliados à elevada escassez de perfis tecnológicos, faz com que as lideranças de IT, sintam hoje fortes desafios na entrega do apoio desejado aos profissionais das suas organizações. O Service Desk da Experis permite-nos apoiar o contínuo crescimento e adaptação aos novos modelos de trabalho dos nossos clientes, ao mesmo tempo que garantimos a continuidade das suas atividades core.

Nuno Ferro

Operations director da Experis Portugal

“Estes dois cenários, aliados à elevada escassez de perfis tecnológicos, faz com que as lideranças de IT, sintam hoje fortes desafios na entrega do apoio desejado aos profissionais das suas organizações. O Service Desk da Experis permite-nos apoiar o contínuo crescimento e adaptação aos novos modelos de trabalho dos nossos clientes, ao mesmo tempo que garantimos a continuidade das suas atividades core. As nossas equipas de profissionais qualificados estão disponíveis 24/365, atuando como uma extensão da equipa de IT da empresa”, detalhava o responsável.

Organização e gestão de gastos simplificada

Com um objetivo diferente, o Rydoo Cards, um complemento ao software da Rydoo, pretende facilitar a organização e gestão de gastos das empresas. A introdução de cartões corporativos físicos e de cartões virtuais elimina, por exemplo, a necessidade de os colaboradores pagarem despesas do próprio bolso e esperarem por reembolsos, algo muito comum no mundo do trabalho.

“A Rydoo sempre se comprometeu a oferecer aos seus clientes uma experiência conveniente, que permita maior controlo e garanta a conformidade com a legislação. Com os Rydoo Cards, damos um grande passo em frente, oferecendo uma solução integrada e que permite um maior controlo em tempo real, simplificando todo o processo de gestão de despesas”, explicou Sebastien Marchon, CEO da Rydoo, na altura do lançamento deste novo complemento.

Os cartões corporativos físicos servem para despesas diárias, enquanto os cartões virtuais ilimitados de utilização única destinam-se a transações seguras.

No que toca à gestão de despesas, a Pleo é outra solução que pode ajudar os departamentos de RH a acelerar a receção e reembolso das mesmas aos colaboradores.

A fintech dinamarquesa, que já tem a Scalpers, Sheraton e Odisseias no seu rol de clientes, diz estar a registar muito interesse no mercado português. “Temos visto um aumento de 500% do número de empresas a usar o sistema da Pleo em Portugal no primeiro trimestre quando comparado com o primeiro trimestre do ano passado”, revela no final de maio Álvaro Dexeus, head of southern europe da Pleo, sem adiantar dados mais concretos.

De acordo com a fintech, “em Portugal mais de metade das PME (55%) fazem o registo manual das despesas, causando um gasto de tempo, gerando erros, por isso vemos um enorme potencial para crescimento, já que a gestão das despesas é, hoje em dia, uma das tarefas que consomem tempo nas empresas portuguesas”, diz.

Acompanhamento para talentos internacionais e apoio na emigração

A procura elevada por profissionais qualificados e a falta de recursos em Portugal fez com que a Multivision, tal como muitas outras empresas, passasse a considerar recrutar pessoas de fora do país. O Brasil, pela sua densidade geográfica e inovação tecnológica, tem sido um dos principais países na mira. “A língua e a proximidade cultural fazem com que sejamos um destino atrativo para os profissionais que pretendem experimentar uma carreira internacional na Europa. Na Multivision, 50% dos colaboradores são de nacionalidade brasileira, mas contamos com uma grande diversidade de nacionalidades, tendo colaboradores de países como Nigéria, Colômbia, Polónia, Angola, Irão, Paquistão, Itália e Venezuela”, diz o CEO da empresa de consultoria de outsourcing IT.

Contudo, e ciente que a contratação de profissionais estrangeiros em Portugal aporta alguns desafios, nomeadamente, com os requisitos de migração dos consulados dos respetivos países de origem, que nem sempre têm vistos disponíveis, a Multivison oferece um serviço de acompanhamento para os talentos internacionais, através de um parceiro que disponibiliza suporte legal e financeiro na imigração, bem como ajuda na realocação em Portugal.

Desta forma, “o pedido de visto, a procura por habitação, e a documentação na Segurança Social ou outros organismos públicos ficam facilitados”, garante a companhia.

Aterragem ‘suave’ de empresas em Portugal

Já para ajudar as empresas estrangeiras a instalarem-se em Portugal, a Landing.jobs lançou a Softlanding, que pretende ser “um parceiro preferencial para empresas que queiram aproveitar as oportunidades disponíveis em Portugal, qualquer que seja o seu setor de atuação”.

“Portugal é cada vez mais um destino de eleição para empresas internacionais, e o objetivo da Softlanding é garantir que estas empresas ‘aterrem suavemente’ no nosso país”, contava José Paiva, CEO Landing.Jobs e da Softlanding, na altura.

Portugal é cada vez mais um destino de eleição para empresas internacionais, e o objetivo da Softlanding é garantir que estas empresas ‘aterrem suavemente’ no nosso país.

José Paiva

CEO Landing.Jobs e da Softlanding

Um número crescente de empresas estrangeiras tem vindo a escolher Portugal para instalar as suas operações, atraídos pela disponibilidade de talento e localização. “Lisboa, em particular, tem emergido como um centro tecnológico na Europa, com um número crescente de startups e empresas de tecnologia a estabelecerem-se na cidade”, destaca a Landing.Jobs, que, com um conjunto de 40 parceiros públicos e privados, cofundou o Portugal Tech Hub de modo a promover o destino Portugal junto do mercado empresarial incentivando a atração de empresas e talento ao país.

Criação de empresa, gestão de salários e processos de RH, recrutamento, vistos e realocações, employer of record (EOR), professional employer organisation (PEO) e serviços de apoio a profissionais (obtenção de estatuto residente não habitual, NIF e NISS português, etc.) são os serviços prestados pela unidade.

Pagamento de salários com mais flexibilidade

Preocupada com o recurso ao microcrédito, a Paynest permite ao colaboradores resgatar uma parcela do salário pela qual já trabalhou, contribuindo assim para evitar que as suas pessoas tenham de pedir empréstimos. A plataforma de pagamento flexível de salários, que chegou no ano passado a Portugal e Grécia, acredita ainda que este benefício permite também aumentar a sua atratividade das empresas e melhorar a retenção de talento, bem como os níveis de produtividade.

“Uma empresa que disponibilize este benefício será vista como pioneira e, portanto, mais atrativa aos olhos de quem procura emprego. Além disso, esta solução poderá também melhorar os níveis de retenção, já que permite dar resposta aos 78% de colaboradores que demonstram estar dispostos a trocar de empresa em troca de mais benefícios monetários”, dizia Nuno Pereira, cofundador e CEO da empresa, ao Trabalho by ECO.

“A disponibilização deste benefício afeta também a produtividade dos trabalhadores, pois há um alívio da preocupação com as questões financeiras, que impacta a performance do profissional. Isto é visível, especialmente, em situação de trabalhadores por turnos, uma vez que este modelo salarial mais flexível lhes dá maior controlo sobre o que podem receber”, continua.

Na prática, são as empresas que definem as condições que querem oferecer aos seus colaboradores e criam o fundo de onde saem os adiantamentos. A Paynest, por sua vez, integra a solução com o sistema de processamento salarial, sem necessidade de interrupções ou mudanças nos seus processos. Ao longo do tempo, os empregadores podem ajustar e personalizar as suas definições sempre que for necessário, através da plataforma de gestão, assim como acompanhar os movimentos e obter uma visão geral da situação económica e dos níveis de literacia financeira dos seus colaboradores.

A Payflow oferece um serviço semelhante, permitindo às empresas oferecerem a remuneração aos seus colaboradores quando lhes for mais conveniente, sem terem de esperar pelo final de cada mês. A solução da fintech espanhola permite às empresas pagarem o salário aos seus colaboradores à medida que o mês avança, e de acordo com as suas necessidades particulares, sem que sejam penalizados por isso.

“No fundo, o que permitimos é que os colaboradores tenham acesso ao dinheiro pelo qual já trabalharam, em qualquer altura do mês. As empresas pagam a 30 dias por três questões essenciais: fundo de maneio, organização interna e trabalho associado ao processamento de salários. A Payflow simplifica todo este processo e permite a qualquer empresa oferecer a possibilidade de receber o seu salário à la carte, um benefício totalmente gratuito para os colaboradores”, explicou Afonso Anjos ao Trabalho by ECO quando a startup entrou no mercado nacional.

“Não gostamos de lhes chamar adiantamento pela má conotação que, por vezes, a palavra traz, e também por ser associada ao crédito”, salienta. Assim, a Payflow acredita que a sua solução de HR tech ajuda, também, a combater um estigma.

Até ao final do ano, os DRH poderão ter ainda em mãos mais uma solução que vai permitir antecipar salário dos colaboradores, com a entrada da Coverflex, que atua na área dos benefícios flexíveis, neste campo. A solução de Acesso ao Salário Ganho “é algo que as empresas em Portugal já nos estão a pedir, é algo que vai ajudar milhares de colaboradores e alargar aquilo que é a compensação em Portugal. No quarto trimestre já deve, então, estar implementada em diversas empresas e ser uma opção para centenas de colaboradores”, assegura Inês Odila, country manager da Coverflex em Portugal, ao Trabalho by ECO.

‘Match’ entre talento e empregadores

Perante a escassez de talento e a dificuldade em atrair novos talentos, existem algumas plataformas que pretendem facilitar esta tarefa, conectando os profissionais e os potenciais empregadores. É o caso da Merytu, que ajuda a identificar talento na área de hospitality, através de um processo transparente, rápido e seguro para ambas as partes, trabalhadores e empresas.

A startup tem como objetivo maior eliminar processos burocráticos relativamente à pesquisa e retenção de talento de forma praticamente imediata.

Recentemente, a Merytu expandiu recentemente para o Algarve, tendo já fechado 34 parcerias, entre as quais os hotéis Vila Galé, e cerca de 200 profissionais disponíveis para trabalhar na região. A solução tecnológica já estava disponível na zona Norte (Grande Porto e Braga), no Centro do país (Coimbra e Grande Lisboa).

“De entre os 30 parceiros no Algarve destaca-se na restauração o grupo Nosolo e na hotelaria parceiros como o grupo dos hotéis Real ou Vila Galé. Neste momento, temos dezenas de gigs já disponíveis para barman, empregado de mesa, copeiro, cozinheiro, host, promotor e ajudante de cozinha”, adianta João Silva Santos, CEO da Merytu, em declarações ao Trabalho by ECO. Ao todo, a plataforma tem cerca de 154 ofertas de emprego disponíveis.

“Todo o processo, desde a inscrição à realização de gigs, não tem qualquer custo, oferece um seguro de trabalho para cada serviço realizado e o customer service da Merytu está disponível para garantir apoio a todos os envolvidos, sete dias por semana”, refere ainda.

Noutra área de atividade, na saúde, a plataforma MyCareforce faz o ‘match’ entre enfermeiros e turnos. O objetivo da plataforma criada por dois portugueses é conectar profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros e técnicos auxiliares, a turnos disponíveis em instituições de saúde.

Atualmente, a MyCareforce dá os primeiros passos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), através da colaboração com o Hospital Santo António dos Capuchos, em Lisboa. Contudo, no seu portefólio conta já com mais de cem empresas de saúde, entre as quais o Grupo Trofa Saúde, SAMS (subsistema privado de saúde dos bancários), Grupo Orpea, Residências Montepio, União das Misericórdias Portuguesas, entre outras, através das quais já preencheu um total acumulado de mais de 90 mil horas de cuidados, através de uma rede de mais de nove mil enfermeiros e acima de mil técnicos auxiliares registados.

Em 2022, a empresa pagou um milhão de euros aos profissionais por mais de 71.500 horas de cuidados prestados e foram publicados na plataforma à volta 12.500 turnos.

O preenchimento das vagas é todo feito de forma automática e o banco de enfermeiros é validado junto da respetiva Ordem profissional e existe, igualmente, um processo de verificação dos técnicos auxiliares

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