Podemos vai despedir metade dos trabalhadores em Espanha

  • ECO
  • 7 Agosto 2023

Partido liderado por Ione Belarra vai despedir metade dos seus funcionários e fechar nove delegações autónomas, no âmbito de um Expediente de Regulação de Emprego.

O Podemos iniciou os trâmites legais para avançar com um Expediente de Regulação de Emprego (ERE) por “razões económicas, técnicas e organizacionais”, que culminará no despedimento de metade dos funcionários e no encerramento de nove delegações autónomas, avança a Europa Press (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Numa carta enviada aos funcionários, o partido liderado por Ione Belarra justifica a decisão com a perda de receitas provocada pelos maus resultados eleitorais e, consequente, perda de representatividade nas eleições autónomas e municipais do passado dia 28 de maio, bem como a menor presença de membros do partido na sequência da coligação com o Sumar para as eleições gerais a 23 de julho. Estas duas situações culminaram numa perda de 70% das receitas a nível nacional e de cerca de 90% a nível das regiões autónomas.

De acordo com a carta, o ERE afetará cerca de 45 trabalhadores que atualmente trabalham nas nove delegações que vão fechar portas (cinco em Aragão, sete nas Astúrias, oito nas ilhas Baleares, seis nas Canárias, quatro em Castilla La Mancha, um em Cantábria, três na Galiza, quatro em Madrid e sete na Comunidade Valenciana).

Paralelamente, também haverá cortes no pessoal presente na sede do partido que se situa em Madrid e que emprega atualmente 61 pessoas, mais de metade do quadro total do partido.

Nas eleições gerais de 23 de julho, o Podemos foi a votos em coligação com o Sumar, tendo esta coligação conseguido 31 mandatos (12,31% dos votos), sendo que destes apenas cinco pertencem ao Podemos. Destas eleições, saíram contas complicadas para os dois maiores partidos: o PP, liderado por Alberto Núñez Feijóo, conseguiu eleger 136 deputados, enquanto o PSOE, liderado por Pedro Sánchez, conseguiu 122 mandatos. Assim, nenhum destes dois partidos conseguiu alcançar os 176 deputados necessários para formar governo sozinho, ficando, por isso, dependentes de acordos pós-eleitorais.

Da mesma forma, o Bloco de Esquerda também avançou com despedimentos, encerramento de sedes e agrupamentos de distritais na sequência do mau resultado nas legislativas de janeiro de 2022 e consequente quebra nas subvenções estatais. O Bloco passou de 19 para cinco deputados e por isso decidiu reduzir para metade o seu número de funcionários.

“No BE há uma grande consciência por parte de todos os aderentes, não só por parte da direção, de que é fundamental a independência do partido. O BE não tem dívida. O BE não pede favores, não está preso a nenhum poder. E, por isso mesmo, tem de trabalhar com as condições financeiras que tem em cada momento. E tem de ter sempre contas certas e contas transparentes”, disse a então líder bloquista, Catarina Martins, em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, em setembro de 2022.

Da mesma forma, o CDS quando perdeu a representação parlamentar, na sequência das mesmas legislativas, avançou com um despedimento coletivo, porque a sua subvenção foi cortada em 60% para 20 mil euros mensais.

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