Desbloqueio de contas da Venezuela “não tem impacto nos rácios de liquidez ou capital” do Novobanco

Banco já tinha transferido os 1.500 milhões de dólares "para uma conta dos tribunais portugueses", notando que a sentença proferida pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa já “era aguardada".

O Novobanco assegura que a sentença proferida pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa que ordena o desbloqueio de 1.500 milhões de dólares (1.366 milhões de euros) que estavam retidos em Portugal em contas de instituições e empresas venezuelanas “não tem impacto nos rácios de liquidez ou capital” da instituição financeira.

Num esclarecimento enviado ao ECO, fonte oficial explica que, em 2021 já tinha “procedido à transferência para uma conta dos tribunais portugueses da totalidade dos fundos não bloqueados pertencentes a entidades públicas venezuelanas”.

Em causa estão os ativos que estavam em contas de várias empresas estatais venezuelanas, como o Banco de Desenvolvimento Económico e Social (BANDES) ou a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), além de várias filiais. Tinha sido retidos em janeiro de 2019 depois de o líder da oposição, Juan Guaidó, ter declarado publicamente que assumiria as funções de Presidente interino da Venezuela, até afastar Nicolás Maduro do poder.

O Novobanco, que fechou o primeiro semestre com lucros de 373,2 milhões de euros, quase 40% acima do período homólogo, sublinha agora que esta decisão já “era aguardada” e que “vem esclarecer questões que o banco tinha já suscitado, por sua iniciativa, junto dos tribunais portugueses em virtude das dúvidas existentes relativamente à representação legal das entidades públicas venezuelanas”.

A sentença proferida pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa era aguardada pelo Novobanco e vem esclarecer questões que o banco tinha já suscitado, por sua iniciativa, junto dos tribunais portugueses em virtude das dúvidas existentes relativamente à representação legal das entidades públicas venezuelanas.

Fonte oficial do Novobanco

“À luz dos deveres legais impostos a instituições bancárias, o Novobanco não poderia proceder a quaisquer transferências bancárias enquanto as referidas dúvidas não fossem clarificadas (…) Esta não é uma situação que se verifique exclusivamente em Portugal, sendo vários os casos de idêntica natureza que correm em tribunais estrangeiros”, completa a mesma fonte.

Foi através da rede social X que o ministro de Comunicação e Informação da Venezuela, Freddy Ñañez, anunciou que o Executivo deste país da América Latina tinha ganho a ação judicial e recuperado os seus ativos em Portugal. A publicação, feita na noite de quarta-feira, vinha acompanhada de várias imagens, em idioma castelhano, de decisão do Tribunal Central Civil de Lisboa, com data de 31 de julho e publicada a 8 de agosto.

De acordo com a Lusa, a oposição venezuelana já reagiu ao anúncio, insistindo que a Venezuela não terá acesso a esses fundos devido às sanções internacionais impostas pelos Estados Unidos. “A proteção do dinheiro do BANDES que se encontra no Novobanco tem por base ações do Tesouro [dos EUA] sobre o BANDES e enquanto essas ações existirem Nicolás Maduro não terá acesso a esse dinheiro”, escreveu o ex-deputado Carlos Paparoni nas redes sociais.

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