Despedimentos coletivos agravam-se no primeiro semestre

De janeiro a junho, foram comunicados 190 despedimentos coletivos, mais 28% do que no semestre homólogo. Depois de terem caído em 2022, despedimentos coletivos estão a agravar-se.

Depois dos anos difíceis da pandemia, o número de despedimentos coletivos caiu no ano passado, mas o ano de 2023 está a ser sinónimo de um novo agravamento. Nos primeiros seis meses, foram comunicados mais despedimentos deste tipo tanto face ao período homólogo, como em comparação com o semestre anterior, mostram os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT).

Entre janeiro de junho de 2023, foram comunicados 190 despedimentos coletivos, quando no semestre precedente tinham sido registados 182 e no semestre homólogo 148. Ou seja, nos primeiros seis meses do ano, houve um aumento de 4% em cadeia e de 28% em termos homólogos dos despedimentos coletivos.

Importa explicar que as pequenas empresas foram as que mais recorreram a este tipo de despedimento: 82. Seguiram-se as microempresas (70), as médias empresas (29) e as grandes empresas (9).

E foi em Lisboa e Vale do Tejo e no Norte que se registaram mais despedimentos coletivos, mostram os dados: 90 e 65, respetivamente.

Por outro lado, os números divulgados pela DGERT deixam perceber que até junho havia, neste âmbito, 2.000 trabalhadores a despedir e 1.872 despedidos. Ora, há um ano, tanto o número de trabalhadores a despedir, como o número de trabalhadores despedidos no âmbito de despedimentos coletivos rondavam, respetivamente, o milhar e meio de indivíduos.

Entre os fundamentos para estes despedimentos, a redução de pessoal destaca-se: em junho, foi o motivo indicado em metade dos processos deste tipo. Mas também o encerramento definitivo é frequente: em junho, foi apontado em 48% dos casos.

Quanto aos setores de atividade, olhando só para junho, as indústrias transformadoras aparecem realçadas, seguindo-se o comércio por grosso e a retalho, a reparação de veículos automóveis e motociclos.

De notar que o primeiro semestre de 2022 não foi ainda afetado, no seu todo, pelo conflito em curso no leste europeu, que arrancou em fevereiro, nem pelos níveis históricos da inflação. Em contraste, o ano de 2023 arrancou já muito penalizado pelos preços e demais pressões resultantes da guerra, tanto que o desemprego (medido pelo Instituto Nacional de Estatística) começou o ano a aumentar.

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