CTT esperam mais mudanças nos Certificados de Aforro

Presidente executivo dos CTT aguarda "com expectativa" que as condições dos Certificados de Aforro e o montante máximo de subscrição voltem a ser alterados em breve pelo Governo.

João Bento acredita que o Governo vai voltar a mudar os Certificados de Aforro. Poucos meses depois de o Ministério das Finanças ter alterado as condições deste produto de poupança do Estado, baixando a remuneração, o presidente executivo dos CTT, que gerem um dos principais canais de distribuição de dívida pública aos aforradores, revela aguardar com expectativa novas mudanças no regime daqueles produtos financeiros.

À margem de um evento promovido pelos CTT e pela EDP na semana passada, o ECO fez perguntas ao gestor sobre o novo regime dos Certificados, que também prevê a possibilidade de os bancos poderem vender estes produtos de dívida, o que até junho não era possível. João Bento começou por admitir que o contrato entre os CTT e o Estado não prevê exclusividade e, depois, admitiu que “não é muito normal que os bancos tenham interesse em colocar este tipo de produtos”, pois “competem com produtos de poupança que são para os bancos bastante mais interessantes”.

Dito isto, o líder dos Correios afirmou: “Nós somos o sítio e queremos afirmar-nos cada vez mais como o sítio mais normal para os portugueses colocarem as suas poupanças, quer no Banco CTT, quer, no caso da dívida pública, nos CTT. Portanto, os produtos que existem neste momento são estes. Acreditamos que venham a ser alterados, quer na remuneração que dão, quer nos montantes máximos que têm”, atirou, dizendo que aguarda essas alterações “com expectativa”.

(Áudio: João Bento diz esperar novas alterações aos Certificados de Aforro)

O ECO solicitou, depois, mais esclarecimentos aos CTT sobre estas declarações do presidente executivo. Fonte oficial da empresa respondeu: “O que o nosso CEO disse é que acreditamos que os limites (por pessoa) e talvez as condições possam ser alterados novo ano [sic]”. A nova Série F dos Certificados de Aforro, que substituiu a anterior Série E, baixou a taxa de juro base máxima de 3,5% para 2,5%, aumentou a duração de 10 para 15 anos e a subscrição máxima passou de 250 mil para 50 mil euros.

João Bento disse encarar as alterações promovidas pelo Governo “com naturalidade”, pois “este produto, que é um produto de curto prazo, tinha ficado muito caro” para o Estado, depois de os portugueses terem aplicado montantes recorde nos Certificados até maio. Nesse mês, as subscrições líquidas foram de 2,2 mil milhões de euros e, depois das alterações, afundaram 70% em junho (face a maio).

Em julho, as subscrições ficaram-se pelos 670 milhões, uma quebra de 85% face à média dos primeiros cinco meses do ano. O CEO dos CTT disse ainda que o Governo “teve a oportunidade” de explicar estes argumentos à empresa.

O ECO contactou o Ministério das Finanças, mas fonte oficial não quis comentar as declarações do CEO dos CTT.

(Notícia atualizada a 6 de setembro, às 16h43, passando a incluir a indicação de que o Governo não comenta as declarações do CEO dos CTT, e com uma correção: uma versão anterior referia que o prazo dos Certificados de Aforro se manteve nos 15 anos na nova Série F quando, na verdade, o prazo passou de 10 anos na Série E para 15 anos na série F; aos leitores, as nossas desculpas.)

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