AdC considera que Vodafone ainda “não apresentou compromissos” que viabilizem compra da Nowo

Regulador da concorrência revela que a Vodafone ainda não apresentou remédios que viabilizem a compra da Nowo. Vodafone queixa-se da demora no processo.

Mais de um ano depois de o negócio ter sido anunciado, a Autoridade da Concorrência (AdC) ainda não emitiu um parecer sobre a compra da Nowo pela Vodafone. O grupo britânico está descontente com a demora, mas o regulador responde que a operadora ainda “não apresentou compromissos” que permitam mitigar as ameaças à concorrência identificadas pela autoridade, diz fonte oficial.

Em resposta a perguntas do ECO, a AdC refere que “a Vodafone apresentou, já em segunda fase (após passagem a investigação aprofundada), um modelo econométrico de um consultor externo que foi devidamente considerado e exaustivamente analisado, mas contrariou os dados do modelo efetuado” pelo próprio regulador. Além disso, esta operação coloca-se “num momento de reconfiguração do mercado das telecomunicações decorrente do ainda recente leilão 5G”, justifica a instituição.

As respostas surgem após o presidente executivo da Vodafone Portugal, Luís Lopes, ter-se queixado ao Expresso que a demora da AdC surpreendeu a empresa pela negativa: “Gostaríamos de ver as coisas a funcionar com maior celeridade. Gostaríamos que os reguladores funcionassem de forma mais eficaz, mais eficiente, mais célere. Temos vários exemplos em que assim não é”, afirmou o gestor.

“Sempre dissemos e sempre achámos que seria rápido, estamos perante um operador com 2,5% de quota, e a Vodafone Portugal é, na verdade, o terceiro operador do mercado. Nunca pensámos que tivesse este tipo de demora. Sempre achámos que seria decidido em primeira fase. Não foi”, afirmou Luís Lopes, citado pelo jornal, acrescentando: “Tivemos neste processo 11 pedidos de informação, que julgo que é um recorde em Portugal.”

Em junho, o ECO noticiou que o Grupo Vodafone entende, internamente, estar a enfrentar “resistência” da AdC em aprovar esta fusão, que envolve “dois dos operadores mais pequenos do mercado”. A compra da Nowo foi revelada pela Vodafone a 30 de setembro de 2022 e o parecer da AdC, se negativo, é vinculativo. Ou seja, o regulador tem poder para chumbar a operação.

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