Conheça as razões que levam a Fitch a dar a melhor nota de Portugal à Fidelidade

A agência de notação financeira Fitch manteve a Fidelidade como a mais sólida entre as entidades portuguesas. Conheça os fundamentos que levam a seguradora a estar melhor que a República.

A agência de notação de crédito Fitch manteve a Fidelidade com rating A e Outlook estável na sua análise atualizada sobre a seguradora que foi publicada esta segunda- feira. Esta nota que classifica a capacidade de empresas e Estados em cumprir os seus com os seus compromissos financeiros, indica que a seguradora “tem baixo de risco de default, embora seja mais vulnerável a fatores económicos e de negócio (que uma AAA)”, classifica a agência.

Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, tem de gerir – segundo a Fitch – uma “elevada exposição ao imobiliário (2,3 mil milhões de euros) com foco em escritórios premium em Portugal e na Europa”.

Uma nota elevada como esta é decisiva para a sua atração nos mercados financeiros mundiais e a “A” da Fidelidade é a melhor atribuída em Portugal pela Fitch. A República Portuguesa, por exemplo, celebrou há cerca de um mês a sua elevação ao rating “A-“. Nas revisões de nota mais recentes da Fitch, o Município do Porto e a Brisa contam com “A-“, empresas como CGD, NOS e REN já estão no nível “BBB”, o Millennium bcp em “BBB- “.

Quanto melhor a nota Fitch, que começa em AAA com os estados da Alemanha ou Dinamarca, maior facilidade negocial têm as seguradoras para aceitar riscos a bom preço, uma vez que são consideradas financeiramente sólidas para corresponder ao pagamento de custos com sinistros. Também os seus investimentos serem sólidos, realizados em estados e empresas com notações elevadas, permite – no fim de contas – menores exigências de capital nos seus balanços.

Por esse motivo as empresas e os estados procuram ser classificadas pelas agências de notação de crédito, mesmo sem controlo dos resultados. É melhor ter uma nota que não ter e, nos seguros, as notas mais procuradas são as atribuídas pela A.M. Best, Fitch, Kroll Bond Rating Agency (KBRA), Moody’s e pela Standard & Poor’s (S&P).

Fidelidade com nota “A”: As razões da Fitch

O relatório da Fitch, agora divulgado, sobre a Fidelidade – Companhia de Seguros, SA confirma um Insurer Financial Strength (IFS) rating de ‘A’ and Long-Term Issuer Default Rating (IDR) at ‘A-‘., conjugado com Outlook estável, o que significa que tem poucas possibilidades de ser alterado no curto ou médio prazo.

A fundamentação da avaliação da agência é:

  • Perfil Muito Forte : a Fitch considera que a Fidelidade tem uma forte posição competitiva no mercado segurador português, diversificação geográfica e risco do negócio alinhado com o restante mercado. Mantém-se líder de mercado com uma quota de de 30% no primeiro semestre deste ano e a sua internacionalização -que já significa 29% dos prémios-, principalmente na América Latina, permite ao grupo reduzir a sua dependência do mercado doméstico.
  • Boa qualidade dos ativos: O rácio de risco dos ativos melhorou para 88% em 2022 de 92% em 2021, devido a uma menor exposição à dívida soberana e local. No entanto, a Fidelidade tem uma elevada exposição ao imobiliário (2,3 mil milhões de euros) com foco em escritórios premium em Portugal e na Europa, diz a Fitch salientando que “embora o portfolio imobiliário tenha corrido bem até agora, não se pode excluir futuras imparidades devido à pressão nas avaliações provocada por altas taxas de juro”.
  • Capitalização e estrutura de capital muito forte: a Fitch salienta um rácio consolidado de solvência de 174% no final do primeiro semestre, melhor que os 170% de um ano antes. Contudo, existe uma potencial perda de valor em obrigações que deverá suavizar ao longo do tempo.
  • Acionistas são neutros para o risco: A Fitch avalia as empresas individualmente na expectativa de os seus capitais estarem bem protegidos de repatriação. Lembre-se que a Fidelidade pertence 85% ao grupo chinês Fosun e 15% à CGD. Para a agência não é de esperar extração de capital pelos acionistas da Fidelidade, apesar da sua posição mais fraca que a da sua participada.

Reforçando esta perspetiva, a Fitch afirma que o forte ambiente regulatório vivido em Portugal, a sujeição ao controlo através das regras de solvência II e a independência financeira e operacional face aos seus acionistas, fundamenta o seu ponto de vista.

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